Do Repórter Popular – Porto Alegre
Na última segunda-feira (09/05), manifestantes se reuniram, em diversas cidades brasileiras, para denunciar os ataque e invasões do garimpo na Terra Indígena Yanomami (maior reserva indígena do país, com cerca de 10 milhões de hectares que abrangem os estados de Roraima e Amazonas). Há anos, a atividade ilegal dos garimpeiros ameaça a região e, no Governo Bolsonaro, essa violência foi intensificada. Em Porto Alegre, capital do Rio Grande do Sul, a manifestação foi na Esquina Democrática, no centro da cidade.
Na semana passada, uma jovem Yanomami de 12 anos de idade foi estuprada e morta por garimpeiros invasores. Além disso, um grupo de 25 indígenas tiveram que sair de seu próprio território, escondendo-se estrategicamente para se proteger dos ataques.
Números da violência contra povos originários na região desde 2016
- 16 mil pessoas foram diretamente afetadas pelo garimpo em 2020 – ou seja, 56% dos habitantes)
- O avanço dos garimpeiros sobre a terra indígena cresceu 3.350%
- Paulo Paulino Guajajara, do grupo Guardiões da Selva, foi assassinado em novembro de 2019 por garimpeiros
- Um total de 24 terras indígenas onde há registros da presença de 48 povos isolados foi invadido, seja por madeireiros, garimpeiros, caçadores, pescadores ou grileiros
Leia mais: Cimi denuncia à ONU extermínio de povos indígenas no país
Esses fatos geraram grande comoção nas redes sociais, embora não tenham levado o Estado a tomar ações firmes contra o garimpo ilegal e em defesa dos povos indígenas. A impressão é de que há conivência dos governos com a atividade do garimpo em terras indígenas, o que traz doenças, devastação e morte.