Operação no Complexo de Israel, zona norte do Rio de Janeiro, aterroriza os moradores, que protestam

Repórter Popular – RJ

Nesta terça-feira, dia 26 de outubro, por volta do 12h, uma equipe do Centro de Operações Especiais (COE), da Polícia Militar (PMERJ) promoveu uma intensa operação policial aterrorizou os moradores de Parada de Lucas, parte do chamado “Complexo de Israel”, zona norte do Rio de Janeiro.

A intervenção ocorreu com o padrão das irregularidades e arbitrariedades policiais que afligem os moradores de favelas no Rio de Janeiro. De maneira truculenta, policiais invadiram diversas residências sem mandato nem qualquer justificativa, revirando os pertences dos moradores, os quais afirmam ter muitos objetos simplesmente roubados pela polícia. Tais violações ocorrem desde esta segunda-feira, que marcam o início de uma série de operações previstas para o local.

Indignados, os moradores saíram em protesto por volta das 14h da tarde, gritando palavras de ordem como “morador não é bandido” e exigindo respeito por parte das autoridades. Os manifestantes se reuniram na Avenida Brasil, em frente a comunidade, e interromperam parcialmente o trânsito da via.

Agentes do COE foram até a pista e dispersaram a movimentação dos moradores com grande violência, com gás lacrimogênio e tiros letais para o alto.

Por volta das 15h30, a polícia voltou a intervir em retaliação, novamente invadindo as casas e agindo com violência, afirmando que manifestantes eram “próximos” de traficantes.

“Entraram no beco onde moro, mais conhecido como “beco da cobrinha”, maior protesto aqui na minha porta. Entraram na minha casa utilizando uma chave mestra. Nem pediram pra entrar. Fizeram algumas perguntas “Com quem mora”, “se conhece a pessoa que mora na casa do lado”, e depois saíram.”, afirmou um morador ao Repórter Popular – RJ.

O terrorismo de Estado há tanto tempo promovido pela PMERJ nas favelas cariocas é mais uma das formas de genocídio do povo pobre e favelado, que vitimiza sobretudo a juventude negra. Junto com a crise sanitária e a fome que vivemos no país, a criminalização da pobreza segue sendo um imperativo para a vida dos moradores de periferia. No entanto, os moradores de Parada de Lucas mostraram que não se calam diante das inúmeras injustiças que ameaçam sua dignidade.