O novo presidente da CAPES defende criacionismo para a educação básica

Na última sexta-feira saiu no Diário Oficial da União o anúncio do novo presidente da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal do Nível Superior (CAPES), Benedito Guimarães Aguiar Neto. A CAPES é uma fundação ligada ao Ministério da Educação (MEC) e é responsável por, dentre outras coisas, bolsas de pós-graduação para pesquisas e formação de professoras/es.  O MEC hoje é liderado por Abraham Weintraub, que cortou em maio do ano passado quase 4 mil bolsas e em setembro mais de 5 mil.

Aguiar Neto defende o criacionismo como “contraponto à teoria da evolução”. O criacionismo já foi rechaçado inúmeras vezes por não se tratar de ciência, sendo em verdade uma ideologia religiosa. O atual presidente da CAPES pretende que o criacionismo seja ensinado na educação básica, ou seja, no ensino fundamental e médio, orientando as e os estudantes a uma determinada crença ideológica, a saber, que o mundo foi criado por deus.

O MEC já cortou pela metade o orçamento da CAPES para 2020 (R$ 2,2 bilhões para a instituição em vez de R$ 4,25 bilhões previstos). O anúncio de Aguiar Neto reforça a agenda ideológica conservadora do governo Bolsonaro, que acumula escândalos como o recente do secretário da cultura Alvim com seu vídeo nazista, por exemplo.