Movimento negro ocupa reitoria da UFRGS em defesa das cotas raciais

O Movimento Balanta ocupou (akilombou) na noite de ontem (7) a Reitoria da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). A mobilização ocorre para pressionar o Reitor Rui Vicente Opperman a desfazer as mudanças ocorridas no processo de verificação dos estudantes que ingressaram na universidade pelo sistema de cotas.

10 estudantes e técnicos negros se retiraram da Comissão responsável pela verificação devido essas alterações que permitem a utilização das cotas raciais por brancos com avós negros, que insere a definição de “pardos com ascendência indigena” e que dá poder à Comissão de Recursos formada por pessoas alheias ao estudo e vivência da questão étnico-racial para decidir sobre os recursos encaminhados por quem tem sua autodeclaração racial questionada.

A Comissão de verificação composta por maioria negra foi uma conquista do movimento negro que ocupou a Reitoria em 2016. Em conversa com uma estudante que integrava a Comissão, ela conta que em princípio a formação da Comissão e os critérios de seu funcionamento estavam em acordo com as demandas do movimento negro. Os problemas começaram a surgir quando alterações arbitrárias que chocavam com as reivindicações dos estudantes negros foram lhes pegando de surpresa. Não houve diálogo e a reitoria chamou seus integrantes para conversar somente quando eles passaram a se desligar. Mesmo assim, não houve disposição para garantir os acordos feitos em 2016. Prevaleceu a imposição da reitoria e o retrocesso no processo que pretende garantir a utilização das cotas raciais por quem realmente tem direito. Restou ocupar (akilombar) a reitoria.

Na manhã de hoje (8) haverá reunião de negociação entre o movimento e a reitoria sobre essas questões. A ocupação segue até nova decisão do movimento.

Agenda da ocupação

Com informações de ex-integrante da Comissão de verificação e do movimento Balanta.