Joinville – Opinião: Coronavírus x Economia

Joinville – Opinião: Coronavírus x Economia

Desde o dia 19 de março, devido a pandemia do novo Coronavírus, Carlos Moisés governador de SC, decretou quarentena no estado, com prorrogação contínua. Esta medida paralisou praticamente todas as atividades comerciais do estado, deixando apenas as consideradas essenciais, como mercados, postos de combustível e de saúde. Falando em mercados, este texto fala um pouco da aglomeração nos primeiros dias da quarentena, da ganância do povo em estocar tudo em casa, e não mostrar solidariedade com os demais e principalmente das condições de trabalho de quem trabalha dentro de um mercado, meu caso.

Indústrias e Transporte

Indústrias, perante o decretado poderiam ter no máximo 30% de funcionários por turno, transporte coletivo parado, apenas nas últimas semanas que foram criados os circulares da saúde, para transportar apenas os profissionais da área, e agora também pessoas com crianças de colo que tenham que ter atendimento nos postos.

Apesar de parecer uma medida acertada estes circulares para transportar esta categoria, as empresas Gidion e Transtusa continuam cobrando a passagem, mesmo neste momento tão delicado que passamos, o lucro está acima da vida do povo, da nossa vida. O Movimento Passe Livre Joinville, fez uma nota criticando esta prática, no mínimo, insensata.

Com a paralisação do transporte muitas empresas foram obrigadas a pagar apps como Uber para o deslocamento de funcionários, mas dependendo da distância de moradia preferem deixar o funcionário em casa pois sai muito caro para ela. Muitas deram férias coletivas, ou férias normais, como no meu caso. Porém recentemente muitas já voltaram a trabalhar, neste ponto deixo aqui este link com um texto falando sobre práticas quase escravagistas feitas por uma empresa aqui de Joinville.

Retomada Econômica

No início da semana passada – 06/04- o governo liberou diversas atividades para os autônomos de diversas áreas, e também para lojas de chocolate devido à páscoa. Sinceramente é lamentável o número de pessoas mais preocupadas em comprar, e muito, dando lucros enormes aos comércios, do que estarem em casa tentando não se contaminar e não contaminar os outros, mas preferem se aglomerar e possivelmente aumentar a disseminação do corona.

Há pouco também foi permitido a retomada das autoescolas e serviços relacionados ao Detran. O governador anunciou uma série de medidas para a prevenção do vírus como uso de máscaras por todos os funcionários que voltarem ao trabalho, e outras medidas.

Quem pagará a conta?

Mas pensando no trabalhador, quem irá comprá-las para a nossa classe trabalhadora usar? Os patrões? Acho pouco provável, foi por pressão de muitas entidades que o governador começou a liberar os serviços. As máscaras segundo profissionais da saúde devem ser usadas por no máximo duas horas, e depois higienizadas; ou seja; são no mínimo quatro máscaras para cada trabalhador. Isso sem contar mais uma que ele usará para voltar para casa. Já são 5 máscaras, quem pagará por isso?

A tática do governador é estender a quarentena como já o fez, até o dia 31 de maio. Dia 13 na segunda, estão liberados comércios de rua, bebidas e alimentos entregues no balcão, hotéis e similares. Muitos comércios como do setor construção civil já estão abertos, e se somando a abertura dos citados acima, é praticamente impossível não ter uma aglomeração de pessoas.

Números Em SC

Os números segundo o NSC em SC: até o momento temos mais de 770 casos, e infelizmente óbitos: 24 ou mais. Em Joinville são mais de 50 casos confirmados e 2 mortes.

Diante deste cenário Moisés ultrapassa uma linha perigosa e segue os passos do presidente Jair Bolsonaro. Este ultimamente realiza gestos inacreditáveis: como passar a mão no nariz e depois cumprimentar uma idosa. A evolução de casos em Joinville foi rápida, e com estas medidas não será novidade as mídias noticiarem um aumento explosivo de contaminados e possivelmente mortos.

Liberação de Verbas Federais

O poder federal vai liberar R$ 3,9 BI para estados e municípios de todos o país. Por aqui ficaram mais de R$ 8 milhões, para investimento emergencial na saúde no combate ao coronavírus.

Não esqueçamos ontem 12, foi a Páscoa, e obviamente os estabelecimentos ficaram lotados para a compra dos caros ovos de chocolate, cenário perfeito para elevar os índices da doença no estado.

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