Mercados lotados

Joinville – Os Mercados e a Saúde dos Trabalhadores

Estamos entrando na segunda semana de quarentena, decretada pelo governador Moisés aqui em Santa Catarina. O prazo seria até, hoje e amanhã todas as atividades econômicas voltariam ao normal, mas devido a curva da pandemia, o governador decidiu manter mais uma semana de quarentena, até o dia 31 de março, com possibilidade de renovação por mais tempo.

Impacto nos Mercados e Outros Comércios

Esta medida impactou diretamente nas atividades ainda permitidas, aquelas consideradas essenciais: como padarias, açougues, peixarias e supermercados. Estes são os únicos comércios abertos no estado, há também o caso das indústrias, que segundo o decreto, devem operar com no máximo 50% dos funcionários. É possível imaginar o abalo financeiro que os pequenos sofrem ao ficarem de portas fechadas por duas semanas ou mais. O que não acontece com os super e hipermercados, pois continuam abertos e faturando.

Durante os primeiros dias do estado de quarentena, a população lotou os estabelecimentos, fazendo estoque de comida para passar os dias em casa. Durante esta fase o perigo do vírus se espalhar foi enorme pela aglomeração de pessoas nos espaços.

Mudanças Realizadas

Contudo, estes tiveram que realizá-las para evitar um contágio maior do COVID-19.

  • Horários diferenciados: a maioria mudou seus horários: boa parte deles ficando de segunda a sábado sendo das 08 h às 20 h e domingo das 08 h às 18 h;
  • Delimitaram a quantidade de pessoas dentro das lojas: entram poucas pessoas por vez, de duas a quatro em média;
  • Álcool líquido: em muitos, na entrada, um funcionário segura um frasco e joga nas mãos dos clientes quando adentram os espaços;
  • Higienização: outra ação é higienizar os carrinhos e as cestas de compras com o líquido, inclusive em um deles, colaboradoras usavam branco, luvas e máscaras aoesterilizar;
  • Limite de itens por consumidor: foi adotado que cada pessoa pode comprar apenas uma certa quantidade de cada produto.

Quanto aos que Laboram

Depois de observar alguns, percebe-se que muitos trabalhadores já usam a máscara e às vezes luvas, boa parte dos e das caixas já utilizam os equipamentos de segurança. Na parte do açougue também há os que já usam as proteções.

Mas e os trabalhadores externos? A categoria dos terceirizados é uma das que mais sofre no mundo do trabalho, não sendo diferente agora. Num mercado há os terceirizados que trabalham na carga e descarga, fundamental, pois se pararem o estoque do mercado fica desabastecido e o mesmo pode fechar; há também os repositores externos ou como as empresas chamam: promotores, também fundamentais para a recolocação dos produtos nas gôndolas. Não se pode esquecer dos e das que estão no setor da limpeza, que neste momento precisam redobrar seus cuidados.

Infelizmente para boa parte destes, suas empregadoras/es não fornecem a segurança mínima ou não os deixa em casa. Alguns promotores, perante o estado de quarentena, estão em casa; ou seja; sua empresa teve o mínimo de consciência quanto à sua segurança. Na descarga também, mas estes estão em casa porque a maioria depende de transporte público, e o mesmo encontra-se parado. Neste caso, os que moram mais perto dos locais de trabalho vêm trabalhar pois seus empregadores pagam uber ou outro app de transporte, os que habitam longe estão ficando em casa.

Estas medidas apesar de parecerem corretas, acabam gerando uma sobrecarga de trabalho nestes profissionais, apenas um colaborador já pode fazer muita falta na equipe.

Empresas de Logística e a Falta de Segurança e Saúde para os seus Colaboradores

Uma parte destas firmas, não concede equipamentos como a cinta de proteção lombar, de extrema importância na correta postura para evitar lesões graves na coluna dos que ali trabalham, já que erguem peso o dia todo. Algumas também não fornecem um simples frasco de álcool gel, sendo que o estabelecimento na qual estão trabalhando minimamente fornece.

Em muitos locais também não há kits de primeiros socorros ou ambulatórios, algo inacreditável nos tempos atuais.