Em defesa dos trabalhadores municipários de Porto Alegre

Ontem, segunda-feira, 11/2, concomitantemente do protesto da população da Lomba do Pinheiro pela falta d’água, outro movimento estava ocorrendo na capital, em frente à Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre (SMS).

Tratava-se de uma denúncia contra a destituição de cargo de várias trabalhadoras e trabalhadores, de forma arbitrária e impositiva, pelo governo municipal. Entre os servidores, estava o de Annelise Krause, presidente eleita da Comissão de Saúde e Segurança no Trabalho daquela Secretaria. Ela estava cedida da Secretaria e Educação para a Saúde desde 2015, a fim de coordenar a Política de Alimentação e Nutrição da cidade. Ficando tal coordenação acéfala, o ato também mobilizou representantes da área da nutrição do município.

O Conselho Municipal de Saúde estava presente e notificará formalmente o executivo pela situação.

O Sindicato dos municipários de Porto Alegre (SIMPA) e a Associação dos trabalhadores da SMS (ASSMS) também estavam representados, e declararam o intensivo desmonte do serviço público no município, para, posteriormente, o governo alegar a necessidade de privatização.

Para as nutricionistas presentes, o descaso com a área da nutrição já vinha ocorrendo, com a dissolução dos núcleos de apoio à saúde da família (NASFs) e não reposição de aposentadorias (9 aposentadorias nos últimos dois anos). A política de alimentação e nutrição também é responssável pelas ações de promoção do aleitamento materno, fundamental para a saúde das crianças. Famílias com bebês pequenos também estiveram no ato.

Embora pouco valorizada, a área de alimentação e nutrição em Porto Alegre deveria ser foco no município, uma vez que cerca de 75% das mortes no município são decorrentes de doenças crônicas não transmissíveis, como doenças do coração e câncer, altamente associadas à má alimentação e outras práticas não saudáveis.

Segundo dados da própria secretaria, em dezembro de 2018, a fila para cirurgia para obesidade mórbida chegava a 2.393 pessoas, com tempo de espera de quase dois anos. Os próximos passos do grupo será uma agenda com o Secretário de Saúde e um abaixo assinado. Devido ao entendimento de prática ilegal de movimentação de membros da CSST, o jurídico do SIMPA também está encaminhando juridicamente a situação.