Ato contra a violência e o racismo

Ato terminou no local onde ocorreu a agressão
Motoboy faz fala no processo da marcha

Após motoqueiro em Porto Alegre/RS ser agredido com faca por morador de bairro nobre, sendo tratado com truculência e inclusive detido posteriormente pela polícia -num tratamento nítidamente diferenciado que teve o agressor homem branco – Sindimoto organiza manifestação de solidariedade e pedidos de reparação.

Aconteceu na tarde de hoje (18/02) uma manifestação exigindo justiça para Everton Henrique Goandete da Silva, motoboy que, na tarde de ontem, estava trabalhando no Rio Branco, bairro nobre de Porto Alegre, quando sofreu uma tentativa de homicídio perpetrada por um homem branco idoso residente do bairro.

Não bastando isso, quando a polícia militar chegou ao local, deteve a vítima da agressão, um homem negro, enquanto o agressor, branco, saiu da cena do crime, tendo tempo de entrar em sua residência e até desfazer da arma utilizada.

Em vídeo produzido por Everton, esse menciona a situação e sublinha o fato de que o agressor lhe desferiu um golpe de faca que poderia ter tido consequências graves, e como pode que a polícia seja truculenta com quem foi vítima e o prenda, sendo extremamente leviana e compreensiva com o agressor?

O ato em solidariedade a Everton foi organizado pelo Sindimoto, sindicato que está construindo representação à categoria dos motoboys. A manifestação teve início na rua José Bonifácio, ondenas proximidades do Brique da Redenção, contando com a presença do movimento negro, motoboys e trabalhadores de aplicativo, além de diversos movimentos sociais, sindicatos, movimento estudantil, partidos políticos, e pessoas independentes que se somaram em solidariedade.

Cerca de 150 a 200 manifestantes se somaram ao ato

Foram feitas falas em solidariedade a Everton e denunciando o racismo que estrutura a sociedade brasileira, violentando pessoas negras todos os dias, assim como o racismo institucional da Polícia Militar, força policial que foi criada para reprimir pessoas escravizadas e seus descendentes. Depois disso, os manifestantes saíram em marcha rumo à esquina da rua Miguel Tostes com a avenida Osvaldo Aranha, onde ocorreu o fato, e onde também está localizada a residência do agressor, onde marcaram mais uma vez o repúdio à atitude do agressor racista, exigindo justiça e reparação a Everton.

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