Foto: Tuane Fernandes
A eleição federal de 2022 alimentou uma falsa esperança em setores das classes oprimidas, inclusive entre trabalhadoras, trabalhadores e estudantes da educação pública e privada. O argumento da esperança se sustenta frente ao genocida Bolsonaro e o seu culto a morte na saúde, educação e os direitos básicos conquistados pelo povo em diferentes frentes de lutas. Porém, com um olhar cauteloso, desde as primeiras articulações da Frente Única capitaneada pelo Lula e o PT era possível identificar a forte presença dos interesses do capitalismo na educação.
Após a eleição, foi formado o Grupo de Trabalho da Educação para transição. Em entrevista e artigos da mídia otimista com o novo governo, era possível identificar uma composição mista de interesses públicos e privados, apontava para a necessidade de revogar as escolas cívicos-militares, a alfabetização por aplicativo e a política de formação de professores.
E o novo ensino médio? As vozes dos grandes grupos empresariais mantém atuante no Ministério da Educação, o MEC. Por lá, o ministro Camilo Santana, do PT do Ceará, mantém o novo ensino médio, nem sequer atendeu modificar aquilo que era supostamente um consenso no Grupo de Trabalho da Educação. Quais os problemas do Novo Ensino Médio?
A redução da carga horária de diferentes componentes das ciências humanas, da natureza, linguagens e matemática e a troca por os tais “itinerários formativos” e “disciplinas eletivas” desqualifica a formação dos e das estudantes e aumentará a desigualdade social, pois retira (ainda mais) dos e das jovens o acesso à formação com base na ciência e no pensamento crítico.
O Novo Ensino Médio é um projeto das fundações e associações empresariais que pretende formar jovens “preparados” para o mercado, ou seja, sem pensamento crítico, humanista e integral. Sendo um projeto de formação exclusivamente tecnicista, busca, destinar os e as estudantes das escolas públicas para mão de obra para as empresas privadas, em condições precárias, na grande maioria dos casos. Concomitantemente ao Novo Ensino Médio, foi liberada no governo Temer a terceirização irrestrita do trabalho, precarizando de forma assustadora as condições de trabalho (vide as atuais notícias sobre a escravidão moderna em contratos tercerizados).
A manutenção da reforma do ensino médio é um exemplo de como grupos econômicos têm influenciado as decisões do atual governo (três comissões foram criadas durante o processo de transição para atender ao lobby do setor). Além disso, a secretária executiva do MEC é embaixatriz do modelo Sobral e esteve na construção do projeto do NEM, que, diga-se de passagem, não foi debatido e desenvolvido de forma democrática.
A luta contra o Novo Ensino Médio e a mercantilização do ensino é fundamental para o futuro das novas gerações!