A manhã desta terça-feira (23) começou com um ritmo diferente para quem trabalha dirigindo por aplicativos. Em cidades do Rio Grande do Sul e em outros locais do Brasil, houve protestos de motoristas de app por tarifas mais justas.
A paralisação no Rio Grande do Sul havia sido definida em reunião de trabalhadores e trabalhadoras da categoria no início de fevereiro. As razões de motoristas do estado para a paralisação são as promoções feitas pela Uber e pela 99: “Promo” e “Poupa” são modalidades promocionais que os aplicativos oferecem e que pagam um valor muito baixo para quem trabalha na área.
Outro pedido dos motoristas é pelo fim da taxa que é paga para a empresa de aplicativo a cada corrida. No início da operação das plataformas, por volta de 2015, a taxa que a companhia arrecadava era de 15% (em corridas cujo valor mínimo eram de R$ 8, em um período em que a gasolina custava em média R$ 3). Atualmente, o mínimo para cada corrida é R$ 5 (praticamente o mesmo valor da gasolina) e a taxa que fica para a empresa se tornou variável, podendo chegar a 45% do valor da corrida, ou seja, metade do dinheiro do trabalhador vai para a empresa.
Nós não queremos que o valor para os passageiros aumente, queremos que a taxa que a empresa ganha em cima do nosso serviço seja justa, ficando entre 10% e 20%. A gente sabe que a empresa pode reduzir essa taxa sem repassar ao passageiro e seguir lucrando. Sabemos que se aumentar muito para passageiros, ficaremos sem eles. Por isso, queremos cortar na carne das empresas e não das outras pessoas.
Nas modalidades normais de qualquer aplicativo, motoristas veem seus ganhos serem reduzidos e as condições para se sustentar ficam muito difíceis. O que piora com as promoções.
No “Promo” e no “Poupa” é literalmente pagar para trabalhar porque a gente depende de um carro à gás, para ser mais barato do que a gasolina, que tenha um motor mais econômico e que esteja com manutenção em dia, o que já é difícil para nós pela falta de dinheiro.
Outras cidades também registraram manifestações
Protestos de motoristas de app por tarifas mais justas ocorreram em Porto Alegre, em cidades da região metropolitana e no litoral do estado. Na capital gaúcha, motoristas fizeram seu protesto em frente à sede da Uber e também em frente ao Ministério Público, para mostrar suas demandas para a sociedade. No Rio de Janeiro, onde a luta por transporte de qualidade é uma bandeira da população trabalhadora, também houve manifestação de motoristas. Por lá, além da busca por tarifas mais justas, também foi demandado mais segurança para motoristas.