Primeiro de Maio: Dia do Trabalhador, não do trabalho

A Gazeta de Joinville, na edição do dia 17 de julho de 1909, comentava da passeata realizada no dia 1º de maio, quando a Liga Operário e de Classes Anexas de Joinville defendeu a imprensa livre e o socialismo.

No movimento operário local se fez presente nos debates e ações sobre o sindicalismo de intenção revolucionário. Inclusive, puxando greves e organização da classe operário. Em 1920, uma prévia do 3º Congresso Operário Brasileiro aconteceu na cidade, com a tirada de um nome para ser a voz no Congresso no Rio de Janeiro.

Os governos e os patrões se fizeram presentes com repressão. Por aqui, os jornais assumiam um recorte de classe de acordo com os seus anunciantes, como reproduzir as vozes do empresariado local de a agitação operária “era coisa de forasteiros” ou de “pretos desordeiros”.

No período em questão, é possível fazer um recorte de classe, raça e gênero e o quanto as mãos pesadas do poder do Estado tentaram silenciar o luta no passado e procuraram fazer do passado de acordo com suas pretensões econômicas, políticas e culturais.

Foi parte desse processo histórico, o papel do Estado e do empresariado nacional, como no governo Vargas (1930-45), fazer do nosso primeiro de maio uma data fazia, convertendo em “Dia do Trabalho”. O que não foi diferente na década de 1930 em Joinville com o papel da Igreja Católica com o seu Círculo Operário e com o sindicalismo pelego.

Enquanto movimento sociais, estudantis, comunitários e sindicais podemos tomar de assalto o passado e escrevê-lo com as nossas palavras forjadas nas lutas populares. Um passado com a classe operária composta por negros, imigrantes, migrantes e mulheres lutando e dando um grão de areia na conquista dos nossos direitos.