População do Rio de Janeiro protesta na Central contra aumento da tarifa de trem

Do Repórter Popular — Rio de Janeiro

Na terça-feira, dia 25 de janeiro, no Rio de Janeiro, o povo organizado reagiu à nova tentativa da Supervia, concessionária do serviço de trens no estado, de faturar sobre o bolso de quem ganha seu dinheiro honesto de cada dia. O “esculacho” anual veio a partir do aumento de R$5,00 para R$7,00. Ano passado a Supervia já havia tentado um aumento absurdo para 5,90, que diante da mobilização popular recuou pra 5 reais. Dessa vez, a aposta foi em 2 reais de aumento injustificável.

O ato ocorreu na estação da Central, no município do Rio de Janeiro. Das 15h até as 19h, as forças de esquerda mostraram que a nova empreitada da Supervia não sairá barato. Centenas de pessoas aguentaram o sol quente e a pressão da PM, que cercou a manifestação com vários cordões do início ao fim.

Além disso, no exato momento da manifestação, a Supervia interrompeu a circulação de trens no horário de pico, e a Polícia Militar fechou os acessos à Central do Brasil. Milhares de trabalhadores ficaram sem conseguir voltar pra casa de trem, e outros que já haviam entrado no momento da interrupção chegaram a sofrer repressão ao tentarem cobrar de volta o dinheiro pago na passagem.

Trabalhadores se concentram no portão fechado da Central, após Supervia suspender a circulação dos trens.

A Supervia já vem há vários anos sucateando o serviço de forma monstruosa, aumentando o intervalo entre os trens, cortando linhas, interrompendo os serviços no meio do horário de pico, tudo isso em plena pandemia, forçando os trabalhadores fluminenses a pegar trens lotados, correndo sério risco de se contaminarem com o novo Conoravírus, tudo isso sem falar nos frequentes acidentes, como atropelamentos, descarrilamentos e incêndios nos trens, que geram insegurança no serviço e resultam em ferimentos e mortes de trabalhadores. A situação tem especialmente piorado desde que a concessionária entrou em processo de recuperação judicial, em meados do ano passado, no qual, mesmo com a cobrança de dívidas pelos seus credores suspensas, a Supervia segue sem realizar quaisquer investimentos a fim de evitar a precarização do serviço de trens.

O Bloco da Campanha de Luta por Vida Digna somou-se a esta importante luta e continuará se somando nas próximas oportunidades. Será a partir do acúmulo de forças que reverteremos o cenário de carestia e genocídio de nosso povo, o que inclui garantir que todos e todas nós tenhamos nosso direito à cidade respeitado.