Muralismo, memória combativa, organização e Luta.

Nos dias 17/18, em decorrência da semana da arte e cultura da cidade de Alegrete, se desenvolveu a atividade de muralismo na sede do Clube União Operária 1° de Maio. A intervenção artística foi planejada para resgatar memória e contar a história dos sujeitos, mulheres e homens, que fizeram parte da longa trajetória de solidariedade entre os de Baixo .
Segundo uma das participantes da ação, o Mural projeta com ênfase trabalhadores e trabalhadoras que são aqueles que dão vida a toda obra e construção deste território. Foram através das figuras das Lavadeiras do Rio Ibirapuita , também de tropeiros e Carreteiro (as lavadeiras e trabalhadores rurais e suas carroças foram retratadas e homenageadas na pintura)… Ou seja, homenagem “aquelas e aqueles que fundaram na luta e solidariedade este espaço político e cultural da nossa cidade”
A atividade contou com a participação e visitação da comunidade, vizinhas/vizinhos, estudantes, membros do Clube União operária, da entidade de bairros da cidade UABA e militantes da Federação Anarquista Gaúcha.
O Clube União Operária é um espaço próprio da classe trabalhadora, com quase cem anos de história, se encontra materialmente com dificuldades. Terão que isolar parte de seu prédio por conta de falta de recursos para uma reforma que possa trocar todo seu telhado. “Através desta fachada pintada, queremos continuar e fortalecer a campanha de ajuda mútua para reformar este símbolo combativo da cidade”!.
Ali era o lugar de todas e todos que não eram bem vindos e ou não se encaixavam nas demais categorias organizadas politicamente na época. Durante um tempo foi chamado do Clube do Negros. A comunidade afro deste território deu vida e garra, junto com os demais membros da União Operária 1° de Maio, a infinitas campanhas de socorro e apoio Mútuo para a classe trabalhadora.
Esta campanha convoca desde já, todas e todos a contribuir seu “pequeno grão de areia” na reforma e reorganização do espaço para que possa, como já faz a quase um século, durar no tempo como recipiente de luta, memória e solidariedade