Mulheres protestam em SP contra prisões e mortes de seus filhos

Em manifestação contra a polícia, PM prende uma mulher depois de provocá-la
Cerca de 300 pessoas, a maioria mulheres, participaram neste domingo, em São Paulo, de um ato contra os assassinatos de crianças e o encarceramento em massa, que vitimam principalmente pessoas negras e pobres.
A manifestação teve início na Avenida Paulista, e foi organizada por mães de crianças que estudam em escolas públicas de SP. Também esteve presente a trabalhadora doméstica Bruna Silva, mãe de Marcos Vinícius, que tinha 14 anos quando foi assassinado pela polícia no dia 20 de junho, no complexo da Maré, no Rio de Janeiro. Bruna trouxe a camiseta que o filho usava quando foi morto, o uniforme escolar, ensanguentado, além da mochila, livros e caderno que o menino levava com ele, quando foi morto.
Bruna, mãe de Marcos Vinícius, morto pela PM do RJ
Também participaram do ato parentes e amigos de Marcelo Dias, presidente da Ong Novos Herdeiros. Eles denunciam a prisão injusta de Marcelo, acusado de tráfico de drogas, detido na Vila Brasilina, na zona sul da cidade.
Outros parentes de pessoas encarceradas também estiveram presentes, como as integrantes da Associação Amparar, e entidades como a Anistia Internacional.
Mas a presença de mulheres e crianças não impediu que a PM quase acabasse com o ato. Na rua da Consolação, depois que as manifestantes liberam a passagem de um carro que estava com uma mulher em trabalho de parto, um policial militar ironizou a ação, e passou a mandar beijos para uma das manifestantes. Ela respondeu à provocação, e foi detida por desacato. Um grupo de mulheres a acompanhou até a delegacia, e ela foi liberada à noite, após registro da ocorrência.
Depois da tensão com a polícia, o ato seguiu até a Praça Roosevelt, onde Bruna e outras parentes de vítimas denunciaram os crimes cometidos pelo Estado.

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