OPINIÃO | O ato organizado pelo Cpers-Sindicato e as escolhas da sua direção

O Magistério Estadual fez, hoje, um ato estadual em repúdio ao 31° parcelamento e atraso do governo Sartori  (PMDB). Educadoras e educadores concentraram-se na sede central do Banrisul da Praça da Alfândega para, na sequência, ocorrerem as falas da direção central do Cpers e das correntes políticas na Praça da Matriz. Em seguida, direção do sindicato e parte das educadoras e dos educadores entraram na Assembleia Legislativa para pressionar os deputados estaduais em relação a falta de pagamento de salário. Além disso, o Cpers-sindicato orienta realização de BO na polícia civil como forma de manifesto coletivo e justificativa de falta.

O magistério está há 4 anos sem reposição salarial e com uma política de precarização da educação pública estadual. Os últimos 3 anos foram marcados por lutas e greves. No entanto, a estratégia de combate e enfrentamento ao governo pela base acabou por ser abafada frente a um trabalho constante de acordos entre direção sindical e governo.

Um fenômeno que tem ressurgido neste ano eleitoral é a culpabilização da base da categoria pela eleição do Sartori – estratégia que busca contribuir para uma política eleitoral que visa desgastar a base aliada dessa gestão e destacar a oposição parlamentar para outubro. No entanto, até agora, o que se vê é que esta linha política não conquistou direitos nem fez o salário ficar em dia.

Pelo que se pode observar, o ato de hoje foi exemplo dessa política que mistura o campo sindical com o eleitoral, pois as forças estão mais colocadas no parlamento que nas ruas. Além disso, o que se apresenta é o a diminuição do protagonismo da base frente o trabalho de cúpula do sindicato. O sofrimento e a raiva das educadoras e dos educadores seguem, assim, sob panos quentes.