Laguna amanhece em luta pela legalização do aborto

Por Repórter Popular – SC

Na manhã de hoje (28), cartazes e símbolos da pauta pela descriminalização e legalização do aborto foram espalhados por monumentos e pontos centrais de Laguna (SC). As intervenções fazem parte das atividades do Dia Latinoamericano e Caribenho de Luta pela Legalização do Aborto.

A ação teve apoio da Frente Catarinense de Luta pela Descriminalização e Legalização do Aborto, que organizou um calendário de atividades durante o mês de setembro, culminando em uma marcha que acontece hoje à tarde em Florianópolis.

Embora a data seja celebrada desde 1990 em toda a América Latina e no Caribe, a reivindicação ganhou ainda mais relevância no Brasil pelo contexto do julgamento que se iniciou no Supremo Tribunal Federal na última semana. A ministra Rosa Weber iniciou o julgamento com um voto favorável à descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação. Desde então, ataques conservadores contra a pauta têm acontecido nas mídias empresariais e também no parlamento. No Senado, senadores contrários à posição de Rosa Weber apresentaram a proposta de um plebiscito nacional sobre o tema, indicando que a discussão deverá ganhar mais destaque no próximo período.

Entre os grupos atuantes no debate público brasileiro sobre o aborto está a campanha Nem Presa Nem Morta, que argumenta que a criminalização não impede a realização de abortos, apenas adoece, pune e mata as pessoas que gestam. Segundo a Pesquisa Nacional do Aborto de 2021, a cada dois dias morre uma mulher no Brasil por aborto inseguro.

Entre as intervenções realizadas em Laguna, foi colocado um pañuelo verde na estátua de Anita Garibaldi, que viveu na cidade e participou na Revolução Farroupilha entre 1839 e 1840, se tornando um ícone da luta das mulheres. Os lenços verdes, inspirados nos lenços das Mães de Maio da Argentina, foram adotados como símbolo da luta pela legalização do aborto em países como Chile, Argentina e México, onde a luta feminista levou centenas de milhares às ruas e conquistou recentemente o direito ao aborto. Assim, a luta por justiça e direitos reprodutivos está na pauta do dia em todo o continente e seguirá avançando pela mobilização feminista.