Por Repórter Popular-PR
A greve da rede de Educação federal avança no estado do Paraná e conta com a adesão dos estudantes da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) e da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que reivindicam melhorias nas universidades, contratação de mais professores, retomada dos investimentos e políticas de permanência estudantil, entre outras demandas.
Os estudantes da UFPR realizaram uma Assembleia Geral no dia 15 de abril, na qual deflagraram a greve estudantil e organizaram a instalação de um Comando de Greve. Já os estudantes da UTFPR, fizeram a Assembleia Geral que deflagrou o movimento estudantil grevista no dia 25 de abril, também com a instalação de Comando de Greve.
Entre as atividades da greve, os alunos das federais têm realizado oficinas de cartazes, apresentações culturais e, no 1º de Maio, Dia dos Trabalhadores, participaram do protesto realizado no centro de Curitiba (PR), em conjunto com os servidores Técnicos Administrativos em Educação (TAEs) e professores das universidades, que estão paralisados, respectivamente, desde 11 de março e de 15 de abril.
Suspensão do calendário acadêmico
Na última terça-feira (30), aconteceu a reunião do Conselho Universitário (COUN) da UFPR com o objetivo de discutir a possibilidade de suspensão do calendário acadêmico, já aprovada em Assembleia dos TAEs e docentes da universidade. Entretanto, devido a problemas técnicos, a reunião teve de ser adiada. Nesse mesmo dia, também houve um ato em defesa da suspensão do calendário acadêmico organizada pelo Comando de Greve Estudantil UFPR.
Quem também ainda irá deliberar sobre assunto são os estudantes da UTFPR. Enquanto isso, no dia 26 de abril foi aprovada a suspensão do calendário escolar em todas as unidades do Instituto Federal do Paraná (IFPR) a partir de 1º de maio.
Os estudantes das universidades federais do Paraná que defendem a suspensão do calendário acadêmico explicam que é fundamental que isso ocorra para que garantam o direito à reposição das aulas perdidas durante o período da paralisação, já que há professores de alguns cursos que “furaram a greve” e seguem dando aulas.
Contra a greve estudantil no Paraná, há também os estudantes que são contrários à suspensão do calendário por entenderem que o movimento coletivo de luta irá atrasar a conclusão de curso. No dia 30 de abril, um grupo de estudantes chegou a protestar, na Praça Santos Andrade, contra a suspensão, mas quem irá decidir são os conselhos universitários.
Greve avança
No próximo dia 11 de maio, os servidores TAEs vão completar 2 meses de greve e já obtiveram conquistas relevantes com a luta, como o aumento no auxílio-creche e auxílio-alimentação.
No entanto, os técnicos e docentes deliberaram por seguir em greve mesmo após a contraproposta, pois o governo Lula/Alckmin ainda não atendeu outras reivindicações importantes, como a recomposição salarial em 2024 e a destinação de mais verbas públicas para as universidades e institutos federais.
De acordo com o Sinasefe (Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica), a proposta do governo foi “ofensiva”, já que a proposta para 2024 é de 0%, o que fez com que a adesão da greve aumentasse.
Em relação à pauta econômica, os TAEs exigem 34% de recomposição salarial, divididos pelos próximos 3 anos, enquanto os docentes cobram reajuste de 22%, também escalonados pelo mesmo período.
A greve de trabalhadores e estudantes segue por tempo indeterminado e o Repórter Popular segue acompanhando atentamente o movimento, que vem tomando corpo em todo o país.