O Ceará é o terceiro estado com mais casos de infectados e mortos pelo coronavírus. No começo, a pandemia se proliferou pelas nas áreas ricas de Fortaleza fazendo com que os políticos logo intervissem declarando a quarentena e isolamento social.
Sabemos que muitos(as) trabalhadores(as), além dos(as) profissionais de saúde, tiveram que continuar deixando suas casas para conseguir o seu sustento e de sua família, pois o Estado com algumas concessões como a isenção da conta de água e de luz – desde que cumprindo um limite de consumo impossível para uma família grande – e outras politicas sociais básicas, não conseguiu garantir o mínimo para que as pessoas pudessem permanecer em suas casas com suas necessidades básicas supridas. Na esfera federal, tivemos a aprovação de um auxílio emergencial que além de ser pouco em seu valor (600,00 podendo chegar a 1.200,00) travou em burocracias e em uma “situação em análise” eterna que mais parece falta de vontade do governo federal.
Nessa conjuntura e com uma grande quantidade de trabalhadores(as) informais, não é possível respeitar o isolamento social se isso significa deixar faltar a comida na mesa. Enquanto os patrões estão preocupados com seus lucros, nos estamos preocupados com nossas vidas.
Hoje, com a pandemia mais controlada nos bairros nobres da capital e a morte aniquilando vidas nas periferias e nos territórios de povos tradicionais, os políticos se apressam em reabrir o comércio, pois estão preocupados com o lucro de quem paga por suas campanhas, tentam passar ao nosso povo uma ilusão de controle, mas a realidade para aqueles(as) que dependem do SUS, é que ele está sobrecarregado.
Mas a covid-19 não é o único mal que adoece a população cearense. A inflação de Fortaleza no ano de 2020 está sendo a maior de todas as capitais do Brasil. Percebemos a alta principalmente na nossa comida além disso ainda temos que pagar aluguel, água, gás e energia. A prefeitura distribui cestas básicas produzidas com os alimentos que seriam consumidos nas escolas municipais e o governo estadual cria um vale-merenda escolar no valor de R$ 80,00 para estudantes da rede estadual sendo que os estudantes dos municípios pequenos do interior do estado não receberam sequer esse vale que sabemos não dar para a alimentação do mês!
Comida cara e pouco dinheiro, várias contas pra pagar e sem emprego formal, nosso povo encontra como única saída a informalidade que não conhece limitações de vírus ou saúde. Para muitos de nós é preciso estar todos os dias nas ruas trabalhando, colocando em risco nossa saúde e da nossa família. Por tudo isso, queremos construir no Ceará a campanha de luta por vida digna. Dia 27 de junho, convidamos todas e todos para uma reunião aberta às 10h, através da plataforma zoom!
Exigimos a entrega de vales ou cestas básicas para todos os estudantes da rede pública de ensino de todos os municípios do Ceará!
Fim da cobrança de luz e água para famílias de baixa renda!
Anulação de dívidas para aqueles que perderam emprego!
Garantia de renda básica para todos(as) os(as) trabalhadores(as)!