da Resistência Popular Sindical – SP:
Dizem na tevê, no rádio, nos jornais, que todos vamos ter que dar uma “cota de sacrifício” na Reforma da Previdência. O que isso quer dizer na verdade? Que enquanto os bilionários continuam com suas fortunas, nós que dependemos do próprio trabalho para nos sustentar, seremos obrigados a trabalhar mais, para recebermos uma aposentadoria menor, e continuar garantindo os lucros dos bilionários e dos bancos – que já dão calote na previdência. Por isso, a única saída é mostrar que o povo é contra essa proposta, com a construção de uma grande Greve Geral em defesa de nossas aposentadorias!
A destruição da previdência pública é o grande objetivo desse governo que está aí. Não há possibilidade de melhorar o projeto, a intenção deles é piorar a vida de todos nós, para atender os interesses das grandes empresas e dos grandes bancos. Já estão prometendo que a reforma vai gerar empregos, mas isso é pura mentira! A Reforma Trabalhista foi aprovada em 2017, e hoje são mais de 12 milhões e meio de desempregados, e mais de 11 milhões que trabalham sem carteira assinada. Então esse discurso de que a Reforma da Previdência vai melhorar nossas vidas é conversa fiada! A Reforma da Previdência, aliada com a já vigente Reforma Trabalhista, significa praticamente acabar com os direitos dos trabalhadores!
A “Nova Previdência” de Bolsonaro e Paulo Guedes, apoiada por boa parte dos políticos, quer aumentar a idade mínima para a aposentadoria, para 62 anos no caso de mulheres, e 65 anos para os homens. Além disso, o tempo mínimo de contribuição aumenta de 15 para 20 anos. Para receber aposentadoria integral, será preciso contribuir por 40 anos, um absurdo! Quem tem condições de trabalhar com carteira assinada por 40 anos?
Além disso, as pessoas mais velhas encontram muitas barreiras para sua recolocação no mercado. Quem tem mais de 40 anos e ficou desempregado, dificilmente consegue voltar a ter a carteira assinada para contribuir com o INSS. Tudo isso representa um verdadeiro roubo da nossa aposentadoria, que vai piorar a vida de todos os trabalhadores, sobretudo os mais pobres.
Professores terão as condições de aposentadoria ainda pior, com aumento das idades mínimas e tempo de contribuição, o que deve precarizar ainda mais a educação no País. Servidores públicos também, já que a proposta pressiona que estados e municípios aumentem o desconto em folha, arrochem os salários, e não abram novos concursos.
Modelo que mata os aposentados do Chile
Outra novidade da proposta é a criação de um regime de capitalização privatizado, em contas individuais. Esse modelo foi criado no Chile, na ditadura de Pinochet, e o resultado foi trágico: 90% recebem menos de R$ 700, segundo estudo do próprio governo. Miseráveis, muitos idosos estão tirando a própria vida: entre 2010 e 2015, cometeram suicídio 936 chilenos com mais de 70 anos. Enquanto isso, as empresas que administram a previdência tiveram enormes lucros. Calcula-se que elas roubaram pelo menos 1/3 do dinheiro que deveria ser dos trabalhadores.
Mulheres ainda mais prejudicadas
Essa reforma é mais um ataque contra as mulheres. A combinação entre idade e tempo de contribuição ficou mais dura, porque é muito mais difícil para elas terem 40 anos de registro do que os homens, para receber 100% da aposentadoria. Por conta da maternidade, boa parte das mulheres abrem mão da carreira por um tempo, ou mesmo são demitidas. Além disso, a mulher com filhos enfrenta diversos preconceitos para conseguir trabalho.
Os trabalhos domésticos não-remunerados, como cozinhar e limpar a casa, fazem com que as mulheres trabalhem quase 5 anos e meio a mais que os homens, em 30 anos de vida laboral, então diminuir a diferença da idade mínima entre homens e mulheres é mais uma injustiça. Como os salários também são mais baixos em relação aos homens (questão ainda mais grave entre as mulheres negras), o valor da aposentadoria também será menor.
Lutar por uma aposentadoria digna!
Só há uma maneira de barrar esse conjunto de propostas anti-povo: nos mobilizar e organizar a luta a partir dos locais de trabalho, moradia e estudo, para que a gente possa construir uma forte Greve Geral em todos os setores e todos os bairros, para que os poderosos vejam que nós não aceitaremos trabalhar ainda mais para ter uma aposentadoria menor. Vamos nos organizar, juntos somos mais fortes!
NÃO VAMOS TRABALHAR ATÉ MORRER!
CONTRA A REFORMA DA PREVIDÊNCIA, MOBILIZAR PARA A