Por Repórter Popular – Maricá (RJ)
Diversas associações ambientais, pescadores e moradores das comunidades do entorno da restinga de Maricá vem questionando a tentativa de construção de um resort milionário numa área de proteção ambiental.
O plano de construção do complexo turístico e residencial, intitulado Maraey é responsabilidade de uma empresa multinacional, a IDB, propriedade de um grupo de empresários espanhóis, brasileiros, estadunidenses e chineses. Prometendo uma suposta “sustentabilidade” e “respeito ao meio ambiente”, o projeto tem como objetivo, instalar esse complexo hoteleiro numa área de restinga, fundamental para a manutenção da fauna e flora maricaense.
Desrespeitando duas decisões judiciais que suspendiam o licenciamento, o prefeito de Maricá, Fabiano Horta, lançou no dia 28 de outubro, a pedra fundamental deste empreendimento. A cerimônia contou com a curiosa presença do bolsonarista Cláudio Castro, governador do estado do RJ, e do CEO da Maraey, Emilio Izquierdo.
Prometendo a geração de 50 mil empregos, a obra é questionada por associações de moradores e entidades da sociedade civil. A Associação de Preservação Ambiental das Lagunas de Maricá (APALMA) e a Associação Comunitária de Cultura e Lazer dos Pescadores de Zacarias (ACCLAPEZ) foram as autoras das ações judiciais que foram aceitas e cancelaram o licenciamento da obra.
Os mega-empreendimentos mentem para o povo
Os mega-empreendimentos sempre prometem a geração de empregos como forma de angariar apoio da população ao redor. Sabemos no entanto, que em geral, o impacto desses empreendimentos é o de criar empregos precários, destruir o ecossistema local, privatizar espaços públicos do meio ambiente e destruir o tecido social das comunidades ao seu redor.
No caso em questão, temos a comunidade pesqueira de Zacarias, que é local de trabalho, práticas culturais e comunitárias que remontam ao século XVIII.
O prosseguimento da obra, destruirá uma superfície ambiental protegida de 148,43 hectares, o que equivale a 15 campos de futebol. Será a construção de um verdadeiro bairro fechado para ricos e pessoas com alto poder aquisitivo, com a construção de 50 prédios residenciais e comerciais, mais 2000 casas, dois shoppings centers e até mesmo campos de golfe.
O resultado inevitavelmente será o aumento da especulação imobiliária e o valor do aluguel nas regiões ao redor, com a população mais pobre, sendo obrigada a morar em regiões cada vez mais distantes.
O Resort Maraey nada mais é do que a elitização e privatização de um espaço público e protegido ambientalmente. É Maricá sendo loteada por ricos e expulsando os mais pobres de seu entorno.
STJ publicou duas decisões que impedem o empreendimento
O Superior Tribunal de Justiça publicou no dia 17 de novembro de 2021 duas decisões que impedem a instalação de empreendimento imobiliário e resort na Área de Proteção Ambiental de Maricá – RJ. Com as decisões, está mantida a liminar que proíbe qualquer empreendimento na Unidade de Conservação. A Corte Superior atendeu às ações públicas organizadas pela Associação de Preservação das Lagunas de Maricá e da Associação de Cultura e Lazer dos Pescadores de Zacarias.
É uma palhaçada o Brasil não tem poder um autoriza outro proibi . O óbito quem proibi a construção e não quer a construção é nada mais nada menos que enterese próprio não está pensando nos moradores de Zacarias, a restinga de Maricá só serve para depósito de lixos e os que não querem para explorar a área com construção ilegal eles não querem o progresso , para não pagar impostos. Zacarias está virando uma favela