Comunidades em Porto Alegre lutam contra a crise de abastecimento de água

 

Por Repórter Popular – Porto Alegre (RS)

Nas comunidades Colina e Grécia, situadas no Bairro Jardim Carvalho, Zona Leste de Porto Alegre, uma situação crítica de desabastecimento de água potável tem afetado centenas de famílias. A falta de água, que perdura há anos, é resultado da insuficiência, precariedade e péssimas condições da rede de abastecimento de água do Departamento Municipal de Água e Esgoto (DMAE). Além disso, a ausência de uma rede de esgoto agrava ainda mais a situação.

Histórico de Sofrimento

De acordo com moradores, a falta constante de água atinge quase toda a comunidade, com pontos mais críticos nas ruas Grécia, Rua da Colina, Travessa da Colina, Acesso 8 da Aristides Rosa/Beco 8 da Grécia, e Travessa Pereira, entre outros locais.

Muitas famílias que residem nessas áreas há mais de 25 anos descrevem o problema como histórico e apontam a falta de resposta e o descaso das autoridades ao longo de décadas.

No último mês de agosto um grupo de moradores, formalizou as reclamações diretamente no DMAE. Moradores destacam a negação de um direito humano básico, já solicitado repetidamente por melhorias no fornecimento de água e esgoto. No entanto, as respostas e ações do órgão têm sido insuficientes para resolver a crise.

Situação Atual Desesperadora

Os moradores ressaltam que a falta recorrente de água não está relacionada a desabastecimentos ocasionais por manutenções programadas ou períodos de seca. Pelo contrário, durante o verão, a comunidade frequentemente passa mais de um dia sem água, chegando, em alguns casos, a incríveis 15 dias sem abastecimento. Em determinadas áreas, a água só chega durante o verão por um período de quatro horas, normalmente entre a meia-noite e as 4 horas da manhã.

Nos últimos meses, durante o inverno e as chuvas, a situação se deteriorou ainda mais. Mesmo em uma época em que a escassez não é comum, a água não tem chegado regularmente a diversas partes da comunidade, inclusive durante a noite, prejudicando a alimentação, higiene pessoal e do ambiente. Essa crise afeta os aspectos mais básicos da vida diária, podendo impactar negativamente a saúde, o trabalho, a educação e o lazer das famílias.

Demandas Urgentes

Diante dessa crise humanitária que afeta gravemente a comunidade, os moradores fazem as seguintes solicitações:

  1. Aumento do diâmetro dos canos que conduzem água dos reservatórios, a fim de permitir um volume maior de água até as casas da comunidade;

  2. Instalação de rede de distribuição de água nas ruas que ainda não são atendidas pelo DMAE, ampliando assim os pontos de distribuição de água (ramais);

  3. Instalação de caixas de água com maior capacidade e em maior quantidade nas partes mais altas da comunidade, tornando a água mais acessível a um maior número de residências;

  4. Implementação de uma rede de esgoto na comunidade.

A falta de acesso a um serviço essencial como a água potável e a ausência de saneamento básico comprometem a qualidade de vida dos moradores e exigem ação imediata das autoridades competentes para solucionar esse grave problema.