Calote dos reitores e pacote de maldades: estaduais paulistas anunciam o não pagamento do 13º na Unesp e contrarreformas

Resistência Popular Sindical – SP
Resistência Popular Estudantil – Marília/SP

O Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas (Cruesp) anunciou o não pagamento do 13º Salário dos/as trabalhadores/as da Unesp*. Trata-se de mais um dos passos rumo ao desmonte das universidades públicas do estado de São Paulo. É sugestivo que os reitores tomem essa medida com a maior naturalidade sem qualquer explicação mais profunda sobre esse absurdo, num momento em que o Brasil está prestes a iniciar um governo que fala abertamente sobre a pretensão de emplacar ataques ainda mais fortes aos/às trabalhadores/as, como por exemplo, a pretensão da retirada do 13º salário e do fechamento do Ministério do Trabalho. Não nos enganemos, a luta é de classes e há muito mais semelhanças entre as reitorias e o governo federal eleito de extrema direita do que a aparência e o tom do discurso possam enganar.

Outras medidas contra trabalhadoras e trabalhadores, docentes e estudantes, são as reformas administrativas e acadêmicas propostas pela Unesp que devem ser votadas em breve. A reforma administrativa busca unir em um só lugar algumas áreas como, por exemplo, os setores de finanças e transporte de alguns campi, hoje espalhados pelo estado de São Paulo, transferindo à revelia de cidade ou de setor os/as trabalhadores/as já alocados em seus postos. Isso tornaria possível, por exemplo, que o setor de finanças da Unesp Marília funcionasse na cidade de Bauru.

A reforma acadêmica propõe algo parecido com o proposto pela reforma administrativa. A ideia é juntar em uma cidade cursos que existam em mais de um campus, principalmente os de licenciatura, inclusive colocando a possibilidade de que existam ciclos formativos conjuntos, de ciências humanas, naturais, para que após dois anos saia a especificação em Filosofia, História, Biologia, e assim por diante. A justificativa para ambos é o baixo número de funcionários/as, técnico-administrativos e docentes, e que os unindo em um menor número de cidades, isso poderia ser sanado.

A Reitoria, em sua proposta, não deixa claro como irá se operacionalizar a logística dessa mudança. Mais uma vez, os interesses da Reitoria se assemelham aos da agenda atual de destruição do serviço público. A reforma administrativa busca enxugar os gastos com pessoal, que para eles é um gasto e não investimento, sobrecarregando os funcionários, que passam a cumprir mais de uma atribuição para sanar os fechamentos de postos de trabalho e abrindo caminho para a terceirização de grande parte dos serviços. Já a reforma acadêmica possui um caráter muito parecido com a Reforma do Ensino Médio, a qual pensa em ciclos formativos muito próximos do proposto pela universidade.

Como é comum aos burocratas, se eximem da responsabilidade de medidas absurdas como essas utilizando como argumento “estudos técnicos”, que nunca são disponibilizados publicamente com transparência para a análise dos/as interessados/as.

Toda solidariedade aos trabalhadores e trabalhadoras, docentes e estudantes da Unesp – a universidade pública estadual mais atacada dentre as três. É preciso organizar a luta desde as bases para resistir aos golpes às nossas condições de vida que se desenham nesse próximo período.

É NECESSÁRIO LUTAR CONTRA O SUCATEAMENTO DA EDUCAÇÃO E PESQUISA!

*http://www.adusp.org.br/files/database/2018/CRUESP12-2018.pdf