Do Repórter Popular
Foto: Luciano Belfort/Metrópolis
Localizada na Serra do Rio de Janeiro, Petrópolis viu parte da população sofrer com deslizamentos provocados por fortes chuvas neste mês. O temporal no meio de fevereiro deixou mais de cem mortos em dois dias, vítimas de deslizamentos. Bairros inteiros tiveram moradores deixando suas residências e a estimativa é de que, ao menos, 80 casas tenham sido destruídas – desalojando mais de 350 pessoas.
População ainda paga taxa abusiva
Enquanto o povo perde casas e depende de doações, a “família imperial” (descendentes de Pedro I) ainda recebe impostos pagos pela compra de imóveis em certas áreas da cidade (que foram propriedade da família no tempo do império, antes de 1889). A “taxa do príncipe” foi criada por Dom Pedro II e funciona assim:
Quem compra um imóvel deve bancar 2,5% do valor aos descendentes de parte da antiga família imperial. A quantia é recolhida pela Companhia Imobiliária de Petrópolis, administrada por dez herdeiros da família de Dom Pedro II. O valor deve ser pago à vista e não há possibilidade de parcelamento. O comprador só recebe a escritura se pagar o imposto aos “monarcas”, grupo que não desempenha função alguma em nenhuma área do país e vive, em boas condições financeiras, de seu passado.