Texto de famílias assentadas
famílias atingidas pela deriva
A tarde do dia 15 de dezembro no Assentamento Santa Rita de Cássia II foi marcada pelo aniversário de um ano da luta das famílias assentadas contra a deriva de agrotóxicos e veneno, causada pela pulverização aérea indiscriminada feita em fazendas próximas.
Local de produção orgânica pelas mãos de famílias certificadas, os relatos registrados são de suspeitas de deriva em anos anteriores, inclusive, com ocorrência policial registrada. O episódio de 2020, no entanto, foi desastroso, causando grandes perdaseconômicas para as famílias com a morte de suas plantações e também de animais, além de danos à saúde das pessoas que tiveram que procurar atendimento médico.
A ofensiva do agronegócio e seu pacote da morte se dá pela certeza da impunidade, estando amparado pela própria política vigente no país. Com o debate realizado, veio o apoio de diversos setores da sociedade que se refletiu no encontro onde estavam presentes pesquisadoras/es, membros de universidades, órgãos públicos, entidades ligadas à defesa do meio ambiente e representantes da sociedade civil.
O encontro deixou no assentamento um sentimento de fortalecimento e convicção de sua importância para a sociedade, que, sem perceber, é afetada pela comida envenenada produzida pelas grandes corporações do ramo de alimentação. Com a ampliação do debate, entendendo que esse problema não é só das famílias atingidas, surgiu a proposta da criação de um Polígono de Exclusão da pulverização aérea que abrange vários municípios da região metropolitana, protegendo, dessa forma, as famílias que defendem a vida e produzem de forma orgânica, comunidades indígenas e bacias de captação de água para o consumo humano, beneficiando milhares de pessoas na região. Com esse horizonte, já se projetou no encontro os passos para o seguimento dessa luta para o próximo ano, rumo à criação do Polígono de Exclusão da aviação agrícola, contra os agrotóxicos e a favor da vida. Nenhum passo atrás.
