Ações contra a violência institucional e o assédio moral na educação pública de Maricá

Por Repórter Popular – Maricá

O Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro (SEPE) – Maricá e o Sindicato dos Profissionais em Educação de Maricá (SINEDUC) realizam ações de debate sobre o tema da violência institucional e o assédio moral na educação pública na cidade de Maricá/RJ.

O SEPE realizará no dia 20 de agosto, o debate “Assédio Moral na Educação” e o SINEDUC organizou o debate “Gestão democrática: eleições para as direções escolares, assédio moral e autonomia pedagógica na Rede Municipal”, que ocorrerá no dia 04 de agosto.

Cartaz da 4a assembleia do SINEDUC.
Cartaz da atividade do Sepe – Maricá.

Apesar da grande propaganda em torno dos avanços na educação maricaense, há muitos problemas evidentes nas escolas públicas estaduais e municipais e os casos de perseguição não são incomuns.

Recentemente, um caso chamou atenção da educação pública de Maricá, a ação de uma diretora da Escola Municipal Marcus Vinicius contra um orientador pedagógico. Este foi obrigado a se retirar da escola, depois de intensa perseguição.

O Sepe – Maricá se manifestou recentemente sobre este caso, escrevendo uma nota de repúdio à perseguição ocorrida. Nesta mesma nota de repúdio, um educador comenta que também sofreu perseguição na mesma escola, onde a diretora registrou queixas com falsas acusações ao pedagogo e questionava o direito às folgas legais, obtidas pelo seu trabalho no TRE.

Educador denuncia ação da direção da EM Marcus Vinicius.
Os casos de assédio moral afetam a saúde mental dos trabalhadores da educação.

Casos como esses, infelizmente se contam às dezenas. Na Escola Municipal Antonio Lopes, uma escola muito conhecida por seus casos recorrentes de violência institucional, três educadores sofreram perseguições da direção nos últimos anos. Uma educadora pediu exoneração do cargo, após uma rotina de constrangimentos e autoritarismos, no ano de 2019.

Consultamos alguns professores, que relatam que muitos casos sequer são denunciados, pois a categoria tem medo de sofrer represálias e as direções são indicadas pela SME, no caso da rede municipal. Na maior parte dos casos, as Secretarias de Educação são cúmplices das perseguições, pois os operadores da violência, raramente são punidos e alguns destes, possuem respaldo político.

No caso do educador perseguido na Escola Municipal Marcus Vinicius, o subsecretário de educação municipal Rodrigo Moura, referendou as acusações absurdas da direção da escola.

Que a educação pública possa discutir esse grave tema e que os gestores educacionais não sejam cúmplices de um problema que só pode ser resolvido, com uma gestão profundamente democrática, dos ambientes escolares. A denúncia e mobilização da categoria contra a violência institucional são a única maneira de preservar um ambiente de trabalho saudável. Que a educação libertadora de Paulo Freire não seja apenas uma frase num cartaz, mas se torne uma prática coletiva em todos os ambientes escolares maricaenses.