Indiretamente, se é que se pode dizer assim, isso já acontece. A desvalorização de trabalhadoras e trabalhadores da educação de outras redes, não só do ponto de vista moral, atinge a todas e todos nós. Fere, sim, a imagem e a dignidade do nosso trabalho, mas também abre precedentes para que as contrarreformas e as medidas de ajuste se estendam aos limites dos municípios. “Como assim?”, alguém pode perguntar. Um bom exemplo (e vejam só) é a recente abertura jurídica para que os estados e municípios, através de simples leis ordinárias, imponham o novo regime de previdência ao seu funcionalismo (1). Medidas como essa podem parecer tentativas sinceras e isoladas de reorganização dos gastos públicos para olhos mais desatentos (ou cansados, diria eu). Na realidade, entretanto, são estratégias coordenadas dos governos para que as crises sistemáticas da economia impactem somente o funcionalismo público e o restante de quem trabalha, mas nunca os salários e benefícios totalmente desonestos dos políticos ou as margens de lucro daqueles que não precisam trabalhar para viver.
Ao longo da história, os ricos e os poderosos, sempre estiveram organizados e afinados para colocar este projeto em prática. Por isso, é preciso que estejamos do lado das nossas colegas do estado, em solidariedade, em defesa do serviço público, da educação e da nossa profissão. Sem que nos enxerguemos enquanto classe, enquanto colegas, enquanto companheiras e companheiros, tudo isso está em sério risco.
Todo apoio à greve e ao magistério estadual!
Assinado: Leonardo, municipário da serra gaúcha.
Fontes:
https://www12.senado.leg.br/noticias/audios/2019/11/pec-paralela-facilita-reforma-previdenciaria-nos-estados-e-municipios