No dia 17/05/2023 teve inicio uma poderosa greve dos profissionais de educação do estado do Rio de Janeiro, com adesão superior a 70% chegando em algumas escolas a ser superior a 90%. O movimento está exigindo que o Governador miliciano Claudio Castro implemente e pague o piso salarial de todas as categorias da educação sem fazer disso uma forma de destruição do Plano de Carreira da maioria dos trabalhadores, como atualmente ocorrerá caso seja mantido o Decreto nº 48.521/2023, apresentado pelo governo no dia 29/05/2023, oficializando a proposta que Claudio Castro vem defendendo desde o começo do movimento paredista.
Há entre as pautas da greve também a exigência de que o governo federal revogue o Novo Ensino Médio (NEM), pois a medida — vinda do governo Temer – precariza ainda mais as condições de estudo e trabalho nas escolas, fazendo do ensino médio fornecido aos pobres uma espécie de técnico rebaixado, no qual não se tem aprendizados profissionalizantes ou mesmo técnicos e nem conhecimentos generalistas para uma formação crítica e ampla. O NEM atende apenas aos interesses dos barões da educação privada, por isso mesmo a greve considera necessária a sua revogação, e não apenas sua suspensão.
O movimento exige também a realização de concursos públicos para professores do estado, que não são realizados há quase 10 anos devido ao Regime de Recuperação Fiscal; a garantia da jornada de trabalho de 30h/semana para os funcionários administrativos, interrupção da flexibilização das relações de trabalho e assédio recorrente que ocorrem através do avanço da terceirização, nenhum desconto aos grevistas, entre outros pontos.
Para garantir o atendimento a estes pontos o movimento tem não só se valido da mais poderosa ferramenta de nossa classe: a greve; como também manifestações, colagem de lambes, piquetes e trancaços, panfletagens, e outras ações. Assim, a criatividade tática vai criando o exemplo de determinação para a luta que arrasta a todos da escola, desde os profissionais da educação mais receosos até os estudantes, forjando a unidade que tem sustentado o movimento nestes quase 15 dias de greve, mesmo com a repressão, assédio e ameaças.
E numa importante demonstração de vigor do movimento, a assembleia realizada no dia 01/06/2023 decidiu por unanimidade em continuar a greve e ir para a negociação com o governo miliciano exigindo a revogação do Decreto nº 48.521/2023, aplicação de piso para todas as categorias, inclusive para aposentados e nenhum desconto aos grevistas.
Além disso, a assembleia encaminhou um calendário de mobilização com atos locais em todos os municípios do estado para os dias 02, 03, 04 e 05 de junho e nova assembleia no dia 06/06/2023.
Como o próprio movimento tem bradado: NÃO TEM ARREGO! A greve continuará até Claudio Castro ceder e dela germinará as greves municipais pelas mesmas pautas.
Confira abaixo o vídeo do momento da aprovação da continuidade da greve.