Imagem cedida pelo ARES ABC
Ouça o depoimento de Ana, da Associação Regional dos Estudantes do ABC (ARES):
Nesta terça-feira, dia 11 de agosto, supostamente celebrou-se o Dia do Estudante. Em meio a tantos cortes e retrocessos, estudantes são entregues a uma violenta realidade de retornar as salas de aula, no segundo pais com maior taxa de mortos por Covid-19. Pais e mães pressionados com a responsabilidade de manter a educação de seus filhos e ao mesmo tempo temer pela vida dos mesmos.
Com ou sem aulas presenciais a educação vem sendo atacada por cortes, desmontes e exclusão. No país que a população atinge a casa dos 209,5 milhões de habitantes, 25,4% não tem acesso a internet devido ao alto custo, 24,3% não possui conhecimento para uso e 20,8% da população rural não dispõem de serviço de internet, surgem realidades como a da estudante de química e integrante da Associação Regional dos Estudantes do ABC (ARES).
Sem infraestrutura em casa, são diversos os problemas como não possuir computador móvel, espaço para estudo, internet de baixa qualidade impedindo o acompanhamento e aproveitamento das aulas online, professores que também dispõem de baixo sinal de internet travando a transmissão online, aulas práticas sem proveito do conteúdo. Todo esse contexto gera desistências dos alunos, desgaste para os professores e uma perspectiva de que futuros estudantes e profissionais não se formarão.
Na escola que não tem água e merenda (fatores que diretamente impedem uma vida digna a estudantes), fala-se de segurança a vida com álcool em gel e medidas. Na escola onde a vida não tem valor, fala-se aos alunos em volta a vida normal e segura. Que vida é essa de enfrentamento e genocídio aos jovens?