Após mentir nas redes sociais, governador Romeu Zema volta a cercar o Quilombo Campo Grande (MG)

Foto de capa: Gean Gomes-MST

Na manhã de ontem, a Polícia Militar do governador Romeu Zema invadiu o acampamento Quilombo Campo Grande, acampamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) no município de Campo do Meio (MG) com o objetivo de realizar uma ação irregular de despejo. Centenas de famílias seriam desalojadas da terra em que vivem e trabalham, em plena pandemia. Mas devido à resistência e bravura das famílias do MST e à pressão popular pelas redes sociais e mídias independentes, o governador do Partido NOVO recuou, usando seu perfil no Twitter para anunciar que a ordem judicial foi suspensa, devido à vulnerabilidade que se encontravam as famílias neste momento de pandemia.

Mas Zema mentiu. No início da manhã de hoje (13), um forte aparato repressivo cercava o Quilombo Campo Grande novamente, com uso de batalhão de choque, viaturas, camburões e até um helicóptero. As famílias, que vivem no local há mais de 20 anos, desenvolvendo trabalhos que vão desde a agricultura familiar à educação popular, foram enganadas pelo governo estadual, que coloca a propriedade privada e o latifúndio acima da vida e da saúde das trabalhadoras e trabalhadores da terra.

O poder público já destruiu a Escola Popular Eduardo Galeano, e ameaça a integridade física de mulheres, crianças e idosos com seu forte aparato repressivo. Mas as famíias do MST, convictas na luta pela terra, seguem fincando o pé no território que ocupam há mais de duas décadas. São mais de 30 horas resistindo ao cerco policial.

Isso só mostra que o Partido NOVO, de novo não tem nada, muito pelo contrário, atua sempre em favor das velhas estruturas oligárquicas do país, ajudando a perpetuar essa antiga ordem social de exclusão e desigualdade.

Para pressionar as autoridades do estado de Minas Gerais e gerar visibilidade, está acontecendo um “tuitaço”. Apoiadoras e apoiadores do MST estão publicando as hashtags #ZemaCovarde, #ZemaMentiu e #QuilomboResiste nas redes sociais, principalmente no Twitter.