Nesse domingo, dia 31 de maio, o Rio de Janeiro amanheceu nas ruas. Pela manhã em Copacabana e pela tarde no Palácio Guanabara. A razão disso foi o crescimento absurdo da violência policial durante a pandemia da Covid-19. As recentes operações policiais nas favelas tiraram a vida de ao menos 20 pessoas, apenas durante a quarentena.
ATO DA MANHÃ
Pela manhã, cerca de 50 pessoas se reuniram em Copacabana para interromper uma manifestação bolsonarista que ocorria na orla. Logo que chegaram, os manifestantes antifascistas foram recebidos com spray de pimenta pela Polícia Militar.
Após o primeiro conflito, houve uma divisão entre os dois grupos realizada por um cordão da Polícia Militar. Depois de um bolsonarista furar o bloqueio e investir contra os antifascistas, houve um novo conflito e a PMERJ atacou violentamente a manifestação contrária ao governo.
Mesmo após a violência policial, os manifestantes ainda se reagruparam para uma terceira batalha, que ocorreu logo depois do grupo chegar novamente à orla. Dessa vez, manifestantes pró-governo provocaram ainda mais, e após os ânimos se exaltarem novamente, a Polícia mais uma vez partiu para cima dos antifascistas, dessa vez encerrando a manifestação. Uma pessoa foi detida e outra passou mal devido ao gás.
ATO DA TARDE
Já pela tarde, uma manifestação convocada pelos movimentos de favela do Rio de Janeiro se concentrou no Palácio Guanabara, respeitando o distanciamento entre os participantes. A Polícia Militar estava presente desde o início revistando grupos que chegavam ao local.
No protesto houve falas de militantes do movimento negro e de mães que tiveram seus filhos assassinados pela Polícia Militar. Conforme o ato saiu do Palácio, houve tensão entre manifestantes e policiais que cruzaram o ato em viaturas, porém sem conflitos violentos.
Quando o ato voltou para o Palácio Guanabara para se encerrar, os manifestantes foram recebidos com muitas bombas de gás lacrimogêneo pela PM. Um manifestante chegou a ter um fuzil apontado para si por um policial militar, imagem que viralizou. Este mesmo manifestante foi detido e encaminhado à nona DP.
Há um novo ato puxado pelos movimentos de favela para o dia 7 de junho, às 15 horas, dessa vez na Candelária.
PRESOS POLÍTICOS
Nesta segunda-feira, dia 1 de junho, também houve protesto em Curitiba. Na ocasião, a Polícia Militar reprimiu brutalmente a população que se manifestava, que reagiu como pôde. Ao final do ato, 6 manifestantes foram presos sob acusação de associação criminosa, dano qualificado e desacato, sendo que, segundo testemunhas, alguns deles nem mesmo estavam na manifestação quando foram detidos.
O governo já começa a deixar clara sua intenção de criminalização do movimento Black Lives Matter e de coletivos e grupos antifascistas que ganham cada vez mais força em todo o mundo.