Enquanto a USP permanece deserta, sem atividades presenciais nesse período de pandemia, a reitoria junto às empresas contratadas mantém os trabalhadores terceirizados cumprindo expediente como se nada tivesse acontecido. Já foram duas mortes de terceirizados causadas pela Covid-19 e mesmo assim essa situação absurda permanece.
Na Escola Politécnica (Poli) e no Instituto de Biociências, por exemplo, o pessoal terceirizado está sendo obrigado a cumprir suas jornadas sem qualquer alteração, lavar e limpar prédios vazios.
No conjunto residencial da USP (Crusp), a moradia estudantil, os funcionários da empresa terceirizada Gramaplam, sob gestão da USP, continuam trabalhando normalmente sem revezamentos e sem equipamentos de segurança adequados (máscaras, álcool gel, etc). No Restaurante Central, conhecido como Bandejão, que não está funcionando, e na Administração da seção que cuida da assistência social, que está praticamente vazia, a situação é a mesma. Os trabalhadores que já possuem o salário muito baixo, em muitos casos compram equipamentos do seu próprio bolso.
Em seus comunicados, a reitoria diz que está cuidando da saúde e bem estar da comunidade da USP. Muitos questionam: os trabalhadores terceirizados não são considerados parte da comunidade? E quando as reclamações vêm dos funcionários, eles sofrem retaliação, com transferências para locais muito mais distantes, corte de cesta básica e de diárias – reflexo da precarização do trabalho promovida pela terceirização.
Outros problemas relatados é que as empresas não fazem escalas reduzidas, trabalhadores estão na ativa com mais de 60 anos e com doenças que os tornam grupo de risco, em um cenário que pode fazer mais vítimas.