Nesta quinta-feira, dia 21/11, foi efetuada uma abordagem por uma viatura da polícia militar, que estaria agindo em razão de uma”denúncia anônima”, segundo um dos policiais que realizou a ação. Averiguando a suposta denúncia, por volta das 17 horas, os policiais abordaram pessoas que frequentavam a praça próxima ao viaduto do Brooklin, na avenida João Pessoa, na região central de Porto Alegre.
Foram abordados, inclusive, uma pessoa com deficiência, usuário de cadeira de rodas, e mulheres com crianças pequenas. A maioria dos “suspeitos”, como é de se esperar num país de racismo institucionalizado, era negra. Se utilizando de armamento pesado, dentre os quais fuzis e armas calibre 12, os policiais agiram com sua truculência usual. Frequentadores de um bar próximo ao ocorrido, indignados com a arbitrariedade policial, presenciaram as abordagens, filmando com seus celulares.
Após uma constrangedora revista, em frente aos filhos dos “suspeitos”, nada foi encontrado, a não ser pacotes de balas de caramelo para comercializar, e 300 reais em dinheiro com uma mulher, dinheiro que segundo ela foi obtido na venda de balas. Mesmo não tendo encontrado nada ilícito, os policiais chamaram reforço, chegando mais PMs armados de grosso calibre.
Foi feito novamente o procedimento humilhante de revista em frente às crianças, que choravam, e novamente nada foi encontrado. Posteriormente averiguaram que uma das supostas suspeitas tinha passagem criminal pela justiça e respondia em liberdade condicional.
Mesmo ausentes requisitos legais, a mulher foi levada pela guarnição para prestar esclarecimentos. A polícia tentou ainda fazer a condução dos filhos da acusada juntamente com a mesma, mas não logrou êxito diante da pressão dos transeuntes que passavam pelo local. Mesmo assim, conduziu a acusada para a delegacia.