Nota de Opinião das frentes Comunitária e Sindical da Resistência Popular – RS
O Dia 1º de Maio é uma data para lembrarmos e reafirmarmos as lutas históricas que travamos por condições de trabalho e vida dignos.
Casa, Trabalho e Luta – A rotina de Tania Beatriz
DIA DA TRABALHADORA | Casa, Trabalho e LutaNesse 1º de maio, compartilhamos essa conversa com a amiga e companheira Tania, moradora da Vila Grécia/Colina – Porto Alegre. Buscamos trazer sua história de vida, trabalho, sonhos e luta junto a família e comunidade. Nos inspira: “se não houver luta, se o povo não decidir que tem que lutar, que tem que lutar pelos seus objetivos…nada vai adiantar”. A entrevista foi gravada em Novembro de 2019. Foram utilizados registros da luta da Colina e da Grécia por moradia digna, feitos pelo Repórter Popular e a A Voz Do Morro.
Posted by Repórter Popular on Friday, May 1, 2020
No vídeo, gravado em Novembro de 2019, vemos Tania, moradora da Vila Grécia/Colina – Porto Alegre,comunidade que está enfrentando um processo de reintegração de posse.- Buscamo trazer sua história de vida, trabalho, sonhos e luta junto a família e comunidade. Nos inspira: “se não houver luta, se o povo não decidir que tem que lutar, que tem que lutar pelos seus objetivos…nada vai adiantar”.
Tania sofreu um acidente de trabalho em 2019, precisou voltar a trabalhar antes da alta médica, para manter sua família. Quantos trabalhadores já não viveram isso?!!? E, neste momento, quantos de nós não tem sido pressionados a trabalhar em meio a uma pandemia que pede isolamento social?!
Precisamos mudar essa lógica que atenta contra a saúde e a vida dos trabalhadores.
É pela luta coletiva, pelo nosso desejo de mudança e solidariedade de classe, que poderemos ter força para pressionar e mudar essa realidade. Precisamos nos organizar em sindicatos de luta, coletivos, associações de moradores, grupos e comitês de solidariedade e apoio mútuo nas comunidades para enfrentar o que querem nos impor.
Garantir o alimento na mesa, salários e benefícios sem adoecer ou perder a vida.
Em 2020, temos um 1º de Maio atravessado pela pandemia e os números do Coronavirus não param de subir, ultrapassam 5.600 mortos e 87.000 infectados (casos notificados no Brasil)
Trabalhadores brasileiros já vinham enfrentando o desemprego, a falta de renda para as necessidades básicas (comer, morar, vestir, cuidar da saúde,etc), a piora nos serviços de saúde, educação, saneamento… agora ficam ainda mais expostos ao cenário de crise que vinha se desenhando na economia e se aprofunda com a pandemia. Não estamos todos no mesmo barco, no Brasil, sempre quem é mais atingido são os mais pobres, os pretos, as mulheres e a periferia.
Políticos aliados aos empresários oportunistas estão saqueando os direitos trabalhistas conquistados a muita luta, greve, suor e sangue!
As empresas e patrões colocam o lucro a frente da vida. O dinheiro que devia estar sendo investido nos serviços de saúde do SUS, na manutenção de políticas públicas e de condições de vida do povo, está sendo destinado a manter os lucros e a boa vida dos de cima.
Milhões de demissões, negativas no INSS ou insuficiência das tais rendas emergenciais e complementares do governo, e por aí vai. Aprovam leis que mudam os direitos dos trabalhadores e da previdência, flexibilizando para os patrões e arrochando para o trabalhador.
Em Porto Alegre, o prefeito Marchezan cortou convênios na assistência social, dos serviços de convivência (SCFV) e na educação, das Escolas de Educação Infantil desempregando mais de 5 mil trabalhadoras e deixando incerteza sobre atendimento das crianças. Em meio a pandemia, o IMESF, cujo os trabalhadores atuam nos postos de saúde em processo de extinção – mais demissões e mais incerteza sobre a saúde da população. No Estado do RS, constantes ataques aos trabalhadores de todas as áreas, em especial, citamos a educação.
O Estado brasileiro com sua política de crédito e segurança para os de cima; e, para os trabalhadores: o desamparo, a fome, o adoecimento, a angústia, a incerteza, a repressão…
O afrouxamento das medidas de isolamento social está aumentando o número de infectados e mortos, especialmente entre a população mais vulnerável.
Ao invés de suspender contas, ampliar os recursos de transferência de renda, o governo pressiona o povo a continuar trabalhando – essa é sua estratégia – povo no trabalho pro lucro não parar. Não é trabalhar no essencial a manter a vida, propõe trabalhar para os riscos não perder dinheiro. O governo não está pelo povo, nunca esteve.
Nesse cenário, são as ações de solidariedade, apoio mútuo e cuidados coletivos que fazemos entre os nossos (conhecidos, vizinhos, amigos, associações de moradores, coletivos, entre outros) que vem garantido acesso a alimentação, produtos de higiene e outras necessidades básicas as famílias que ficaram mais vulneráveis.
As circunstâncias que estamos vivendo com o Coronavirus mostram o aprofundamento das desigualdades e da exploração do trabalhador, nos ensinando também a importância dos direitos trabalhistas, da seguridade social
… o investimento nas políticas públicas como o SUS.
Precisamos estar atentos e fortes, juntos, para resistir!
Nesse 1º de Maio, reafirmamos nossas lutas por trabalho e vida digna!
Luta coletiva contra o fim do isolamento social e por garantias ao trabalhador!
Contra o desmonte das políticas públicas e dos direitos trabalhistas!
Em Defesa do SUS!