Marília-SP| Campanha Vida Digna
Somando com as mobilizações contrárias as medidas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), a cidade de Marília, localizada no Oeste Paulista teve seu primeiro ato convocado no dia 5, com a insígnia de “Fora Bolsonaro e pela defesa da Constituição Federal”. Naquele dia, os e as manifestantes presentes enxergou a necessidade de se organizar por meio de plenárias abertas e populares para as novas convocações. Alguns dos objetivos dessas plenárias eram superar a dificuldade de divulgação ocorrida no primeiro chamado de ato, engrossar as fileiras na luta contra o racismo e o fascismo e o estabelecimento de pautas mais sensíveis a população do município.
No início do mês, o Prefeito Daniel Alonso (PSDB) flexibilizou a quarentena, com a abertura do comércio inessencial, contrariando as recomendações da Organização Mundial da Saude e do Plano de Abertura de São Paulo.. Antes da determinação de Alonso, os casos confirmados notificados eram em torno de 96 casos, duas semanas após essa medida, os casos são mais de 150. Já os casos suspeitos, que eram de 59 pessoas, atingem agora 411 casos, registrando um aumento de aproximadamente 700% de números de casos, de acordo último boletim divulgado pela prefeitura.
No domingo passado, 7, foi chamada a Plenária Popular, que é fomentada por grupos populares e independentes, deliberou comissões de mobilização e propaganda para o 2º ato no município. O PT e o PCO estavam na articulação do primeiro ato (05/06), porém romperam com a articulação popular para o segundo, convocando um ato paralelo para o dia 12 (dois dias antes da deliberação da Plenária Popular), divergindo também das datas nacionais e atropelando o movimento que surgia nas ruas por estudantes, trabalharas e trabalhadores. Desse modo, dois atos foram chamados para a mesma semana um para o dia 12/06 e o outro no dia 14/06,.
Neste último domingo, a manifestação fruto da plenária realizou uma panfletagem e um Jogral na feira do centro de Marília, em frente ao Poupa Tempo. Com faixas estendidas, falas foram realizadas pautando a luta contra o genocídio da população negra e dos povos indígenas, o aumento do número de casos de violência doméstica e o rechaço ao governo de Bolsonaro e sua ameaça fascista e racista.
Ao final da manifestação, foi realizado uma nova plenária que deliberou um calendário de agitação e mobilização. A previsão é de que ocorra panfletagens e manifestações artísticas nas ruas ao longo de duas semanas convocando para uma 3° manifestação no dia 28 do mês de junho. Até lá, no próximo domingo, dia 21, ocorrerá um ato estético na feira do centro de Marília com objetivo de divulgar a 3° manifestação e a pauta de reivindicação que o grupo realizou.
As reivindicações da 2° manifestação “Fora Bolsonaro: pelas nossas vidas” tinham como pauta principal ações objetivas no combate ao COVID-19 e proteção para a população de Marília. Testes em massa, rodízio de carros, anistia de contas de água e luz, suspensão da cobrança de alugueis entre outras.
Segue o conteúdo do panfleto distribuído na manifestação:
“ATO FORA BOLSONARO: EM DEFESA DE NOSSAS VIDAS
Nossas vidas ficam a cada dia mais difíceis. Os preços do aluguel, água, gás e energia só aumentam. Comer fica cada dia mais caro. Até a locomoção para o trabalho está com o preço absurdo de R$ 3,80. Os governantes pouco fazem para mudar essa situação, apenas tratam o povo com um enorme descaso, elaborando medidas como a reforma trabalhista, a reorganização escolar e o congelamento nos investimentos em Saúde e Educação. Como se não bastasse, a cada dia se intensificam os crimes contra a população negra, LGBT e contra às mulheres. A polícia militar do Brasil é a que mais mata no mundo, tendo como principal alvo a população negra. Também é o país que mais mata travestis e transexuais, e a cada 11 minutos uma mulher é estuprada. A pandemia da COVID-19 só revelou algo que pedimos há muito tempo: investimento em saúde, políticas públicas e, também, reforçar as medidas de apoio para aqueles que mais necessitam. O governo Bolsonaro/Mourão já está sofrendo sanções internacionais devido ao trato irresponsável com a pandemia da COVID-19. Bolsonaro fez três trocas do gestor do Ministério da Saúde para que atendesse suas próprias demandas de flexibilização da quarentena, sem nenhum respaldo científico, somando milhares de mortes nas suas costas. Diversas famílias ainda estão aguardando a análise do auxílio emergencial, sem contar aquelas que não receberam e, como consequência, perderam suas moradias. Estamos cansados de pagar o preço “da crise” com as nossas vidas. Merecemos uma vida digna! É por todos esses motivos que nós, estudantes e trabalhadores, insatisfeitos com a exploração diária, convocamos um Ato “Fora Bolsonaro: em defesa de nossas vidas”, na tentativa de responder todos os ataques que têm nos calado. Junte-se a nós!”
