Depois da conturbada demissão de 123 professoras/es, confirmada esta semana pelo Centro Universitário Ritter dos Reis (UNIRITTER) após autorização do Tribunal Superior do Trabalho (TST), a Universidade anunciou a construção de um novo campus.
Em dezembro, alegando corte de gastos e “melhoria contínua” e dizendo agir a mando da Laureate International Universities, mantenedora da Universidade, a Uniritter anunciou, além da demissão das/os profissionais, mudanças nos currículos, redução de cargas horárias e trocas de diretorias, tudo sem consulta ou diálogo com o conjunto de estudantes, avisados das alterações via e-mail.
Agora, o corte de gastos não foi empecilho para que a Instituição anunciasse um novo campus, agora no Shopping Iguatemi, na zona norte de Porto Alegre. Com mais de três mil metros quadrados, laboratórios e três andares de sala de aula, o novo campus promete ainda integrar às/aos estudantes “toda a conveniência do Shopping Iguatemi”. “Proporcionar esse novo espaço aos alunos reforça nossos princípios de instigar os estudantes pela busca do conhecimento, propondo novas metodologias, cada vez mais próximas da realidade do mercado”, salienta o Prof. Dr. Germano Schwartz, reitor da UniRitter.
A lógica do mercado da educação pós-reforma trabalhista se mostra com clareza no caso Uniritter.
É em nome da proximidade com o mercado que a UNIRITTER repete outras gigantes do ramo da educação privada: demite funcionários, reduz a qualidade do ensino, a carga horária e a assistência às/aos alunos, e alia-se com as grandes empresas capitalistas para aumentar infraestrutura em nome de mais e mais matrículas, mesmo que isto custe mais de cem professoras/es a menos.
Guilherme Ulema, militante da Resistência Popular Estudantil