A comunidade que vive há dois anos no fim da rua da barca em Canoas está sob risco iminente de desalojo. O mandado de reintegração de posse foi emitido pela juíza Gorete Fátima Marques da 1º Vara Cível de Canoas no final de outubro e pode ser cumprido a qualquer momento com uso da força policial.
O terreno abandonado há décadas, que antes de ser ocupado pelas famílias servia de lixão a céu aberto, é revindicado judicialmente pela Bolognesi Empreendimentos Ltda, empresa pertencente ao Grupo Bolognesi, cujo o fundador Ronaldo Marcelio Bolognesi acumula participação em mais de 60 empresas que somadas estão avaliadas em quase três bilhões de reais (R$ 2.701.692.459,00). Recentemente a sede de sua empresa foi invadida pela Policia Federal durante a Operação Greenfield. A investigação aponta suspeita de desvios nos fundos de pensão Funcef, Petros, Postalis e Previ.
O Repórter Popular esteve na área ocupada pela família e pode verificar que na comunidade moram muitas pessoas idosas e crianças; as casas são humildes mas muito bem estruturadas, algumas de alvenaria; moradores relatam que aterraram muitas partes do terreno para torna-lo habitável. Todas as famílias temem perder o investimento feito e não receber nenhum auxilio do governo do Estado ou da Prefeitura de Canoas. Canoas é o quarto município mais rico do Rio Grande do Sul e mantém há anos uma política habitacional deficitária, o que impele a ondas periódicas de ocupação nas regiões periféricas da cidade.
Amanhã nosso vídeo reportagem vai mostrar um pouco da realidade que a comunidade do fim da Rua da Barca vem enfrentando.