Desde as 9h da manhã de hoje (08/12), as funcionárias e os funcionários da limpeza e da cozinha das escolas municipais de Porto Alegre marcham pelo centro da cidade. Passaram pela prefeitura e pelo sindicato (SEEAC), onde foram hostilizadas e atingidas por parafusos arremessados das janelas do prédio que abriga a sede do SEEAC.
Conseguiram sair de lá carregando Evaristo Luiz Heis, advogado do sindicato, que deveria defender os direitos da categoria. Chegando na Secretaria Municipal de Educação (SMED), encontraram portas fechadas e não foram recebidas.
A situação é de “empurra-empurra”: empresa, sindicato e poder público empurram a responsabilidade um para o outro, enquanto as trabalhadoras têm seus direitos atacados, acumulando dívidas, ameaças de despejo e problemas psicológicos. Evaristo dizia, em nome do sindicato, que aguardavam o repasse dos nomes e as contas bancárias das funcionárias. No entanto, a Multiclean informou que já encaminhou a lista para o sindicato e para a prefeitura.
A reivindicação principal é por um calendário de pagamento, pois nem o salário de novembro receberam ainda, além do atraso no Vale Transporte, Vale Alimentação e do décimo terceiro salário. Além disso, algumas funcionárias relatam também assédio moral dentro das escolas. Apesar de estarem sem salário, algumas direções ameaçam dar falta para as funcionárias que estão participando do ato de hoje.
As trabalhadoras permaneceram em frente à SMED durante o horário de almoço para que o secretário Adriano Naves de Brito saiba o que é ficar sem almoço, já que as trabalhadoras estão com dificuldade de colocar comida na mesa de suas famílias. Uniformes da Multiclean foram queimados em frente ao SEEAC e à SMED ao longo do protesto, simbolizando a indignação com a postura criminosa da empresa.
As trabalhadoras e trabalhadores da Multiclean terão seus contratos de trabalho rescindidos no próximo dia 15, e relatam insegurança, pois além da perspectiva de desemprego, correm o risco de ficar sem receber o que lhes é devido.