Terceirização: Atraso no salário e demissões

Em Sapucaia do Sul, as empresas Lazari e Alimentare, que detinham contratos com a prefeitura para prestação de serviços terceirizados em limpeza e alimentação, seguem desrespeitando direitos trabalhistas, atrasando salários e demitindo funcionárias em meio a pandemia.

Esse fato vem ocorrendo também em outras cidades como Cachoeirinha e Guaíba, onde a mesma Lazari tem contratos.

Como já é regra nesse tipo de situação, a empresa joga a culpa para a prefeitura que a empurra de volta para a empresa e desse modo, nem uma, nem outra dão respostas para as funcionárias que já há muito sofrem com o atraso no salário e nos vales-alimentação e transporte.

Este tipo de acontecimento, infelizmente, não é novidade na vida dessas trabalhadoras, muito menos para a prefeitura de Sapucaia do Sul que, no passado, já assinou contratos com outras empresas como a Labor, que enfrentam ações judiciais movidas por funcionárias que após passarem meses recebendo salários atrasados pelos serviços prestados, foram demitidas sem receber os seus direitos.

Novamente essas trabalhadoras passam pelo constrangimento de ter de cobrar publicamente algo que é de direito delas, seus salários e vales que não são pagos integralmente desde o mês de março.

Segundo relatos de trabalhadoras, a Lazari tenta as dividir, vez que uma pequena parte delas foi realocada para outras secretarias e segue recebendo seus salários, enquanto a maioria recebeu aviso-prévio e está com os salários atrasados.

Outra manobra, também denunciada pelas funcionárias, seria uma tentativa de coação feita pela empresa, que estaria solicitando que as mesmas “rasgassem” o aviso-prévio, com vistas a pressionar a prefeitura pela manutenção do contrato, que está mantido judicialmente até o momento por meio de liminar e que aquelas trabalhadoras que não aceitassem manter o vínculo empregatício “iriam se arrepender” disso depois.

Para aumentar ainda mais a insegurança financeira e a violência psicológica sofridas por estas trabalhadoras, outra empresa, chamada MG Terceirizações, foi contratada em regime de emergência pela prefeitura para realizar serviços de limpeza e higiene no âmbito da Secretaria de Saúde, serviços estes que eram realizados anteriormente também de forma terceirizada pela empresa Lazari.

No entanto, com a disputa judicial, ambas empresas alegam ter contratos em vigência com a prefeitura. Enquanto isso, as trabalhadoras continuam sem ter a garantia do emprego e do salário, tendo em vista que a Lazari não paga os salários e direitos trabalhistas que estão atrasados e também não libera a carteira de trabalho das funcionárias, o que impede que as mesmas tenham acesso tanto ao seguro-desemprego, quanto ao auxílio emergencial, ou até mesmo que trabalhem em outras empresas.

Conforme relato das trabalhadoras, a única certeza que elas têm nesse momento, é a de que seguem na luta para que todas sejam readmitidas e que seus salários e direitos trabalhistas sejam pagos integralmente para que possam viver com dignidade.