SP | Professores e servidores de São Paulo mostram força e são reprimidos na Câmara

Professores foram reprimidos em mobilização contra reforma previdenciária municipal
Trabalhadora da educação pública da capital paulista sangra após ser agredida por GCMs.

Os professores municipais e os servidores da capital paulista tiveram uma quarta-feira de lutas. As categorias protestam contra a proposta do SampaPrev, uma reforma da previdência municipal que aumenta o desconto nos salários dos funcionários públicos, que vai de 14% a 19%. A manifestação foi duramente reprimida pela Polícia Militar e pela Guarda Civil Metropolitana do PSDB de Doria e Alckmin, a mando da presidência da Câmara Municipal, chefiada pelo vereador Milton Leite, do DEM.

 

Desde 8 de março, os professores municipais estão em greve, e a mobilização é forte. Com o apoio de pais e mães de alunos, os professores têm realizado atos descentralizados, informando moradores dos bairros, e fazendo a mobilização ganhar corpo. Nesta quarta-feira, a paralisação atingiu 93% das escolas.

Educadoras/es e Funcionária/os da Prefeitura de SP em Greve – Ato Regional ZN

Professoras/es e funcionárias/os da prefeitura de São Paulo, em ato regional do Comando de Greve ZN Jaçanã/Tremembé na manhã de hoje. A manifestação foi em defesa dos direitos, contra o confisco salarial dos funcionários, e contra a reforma da previdência a nível municipal, chamada SampaPrev. Saiba mais sobre a luta dos professores contra a propostaVídeo da Resistência Popular Sindical – SP e do Repórter Popular

Posted by Resistência Popular Sindical – SP on Wednesday, March 14, 2018

 

Na tarde de hoje, os professores e servidores foram até a Câmara para enterrar o projeto de lei, como já aconteceu em 2016, no governo de Haddad (PT), que em ano eleitoral recuou da proposta. Hoje estava prevista reunião da Comissão de Constituição, Justiça e Legislação (CCJ), para discutir o SampaPrev. Os servidores chegaram à Câmara e mostraram sua revolta, sem usar de violência, e foram recebidos com golpes de cassetete pela Guarda Municipal. Do lado de fora, os manifestantes receberam bombas de gás e balas de borracha. Pelo menos três pessoas ficaram feridas pela barbárie dos agentes de segurança, agindo a mando de vereadores, prefeito e governador. A repressão garantiu que a CCJ aprovasse a proposta, que segue em tramitação.

Professores reprimidos em São Paulo

Posted by Julio Renato Lancellotti on Wednesday, March 14, 2018

 

Nesta quinta-feira, dia 15, às 15h da tarde, a Câmara recebe uma audiência pública para debater o projeto de lei. A demonstração de força dos servidores nesta quarta não deixa dúvidas de que a mobilização vai ser ainda maior. Do lado de fora da Câmara, pessoas já se revezam em acampamentos para demonstrar sua indignação. A proposta ainda precisa passar pelo Congresso de Comissões, antes de ser votada duas vezes para ser aprovada pelos vereadores. O prefeito João Doria também é um grande interessado na aprovação rápida, já que em breve deixa o cargo para disputar o governo de São Paulo, por isso precisa mostrar serviço aos investidores de campanha. Por isso, a repressão também estará em peso na Câmara. E mais do que nunca, os professores e servidores municipais farão uma forte manifestação, até enterrar de vez o SampaPrev.