Na noite de ontem (09/10), ocorreu uma reunião na sede do Sindicato dos Servidores de Joinville e Região (SINSEJ). O evento envolveu diversas entidades e movimentos sociais. O tema foi a privatização e o fechamento da Casa Viva Rosa e do Abrigo Infanto Juvenil de Joinville.
Foi a segunda reunião que ocorreu para tratar do assunto chamada pelo Sindicato dos Servidores de Joinville e Região (Sinsej) e pelo Cento dos Direitos Humanos (CDH) Maria da Graça Bráz, a primeira ocorreu no CDH.
A Casa Viva Rosa é uma instituição cujo fim é abrigar e prestar assistência social às mulheres vítimas de violência da cidade, ela é mantida pelo poder público municipal. Já o Abrigo acolhe crianças e adolescentes identicamente vítimas de algum tipo de violência, também está sob gestão pública municipal. Dias atrás saiu a notícia do fechamento da casa que acolhe os menores e a entrega do Lar Viva Rosa à uma O.S (Organização Social), que é a Adipros (Associação Diocesana de Promoção Social). Diante de tal gravidade, ocorre uma luta intensa na cidade para a manutenção das casas.
No início as falas das mulheres que constituíram a mesa foram sobre a importância de manter a atual equipe, que já vem fazendo um bom trabalho. Uma pedagoga que trabalha no abrigo infanto-juvenil, disse que a estratégia do governo é precarizar; citando que já houve falta de materiais básicos na casa e que mediante a falta de recursos a solução é privatizar.
Sobre o remanejamento dos profissionais das casas para fortalecer os CRAS (Centros de Referência em Atendimento Social) e os CREAS (Centros de Referência Especializado de Assistência Social), a pedagoga falou que não passa de uma forma disfarçada de tentar diminuir a falta de educadores e outros profissionais na cidade e que é necessário um concurso público para preencher as faltas. Para tentar saber o real motivo da transformação e fechamento destes serviços importantíssimos para a população atingida, foi protocolado um inquérito civil no Ministério Público.
Foi recebido um cronograma dizendo que as crianças teriam que deixar os espaços acolhedores até dia 14 de outubro para o desligamento dos acolhidos. Os servidores fizeram um cronograma minimamente razoável para a saída brusca dos acolhidos que seria dia 9 de dezembro.
Após isso foi aberto para falas dos professores, membros do PSOL, do Baque Mulher, do SINTE SC (Sindicato dos Professores do Norte de Santa Catarina), uma representante do Fórum de Mulheres de Joinville (FMJ). Em certo momento uma trabalhadora do Lar temporário Infanto Juvenil questionou: se com 11 mil por criança, que é o custo alegado pela prefeitura, não há uma qualidade satisfatória do serviço, como baixando para 2 mil por criança, que é o valor que receberá a Adiprós (Associação Diocesana de Promoção Social) conseguirá manter um bom serviço?
A reunião terminou com os seguintes encaminhamentos:
- Ato panfletagem no Terminal Central dia 11/10 às 17h30;
- Manifestação Abraço ao Abrigo dia 12/10 às 10:00h, na rua Tenente Narcísio Pereira D’Almeida, 564, Boehmerwald;
- Reunião com secretário da Assistência Social Vagner Oliveira, e a presidenta do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher, Juliane Tavares, para tratar do assunto e ouvir reivindicações dos servidores, do Sinsej e dos movimentos sindical e social. dia 14/10 às 14:00h.