Por Repórter Popular – RS
Servidores municipais do município de Bento Gonçalves (RS) iniciaram uma mobilização após intenções atuais de redução de direitos já adquiridos. Com a apresentação de um projeto de lei que retira direitos, por parte do prefeito Diogo Siqueira (PSDB), fizeram assembleia e decidiram por uma mobilização da categoria que culminou numa tentativa inicial de negociação. Da parte da prefeitura, tem se falado muito dos serviços públicos como um peso e a necessidade de equilíbrio fiscal, o que servidores contestam sobre justamente a escolha de reduzir/enfraquecer os serviços públicos e não outros gastos.
Os ataques aos servidores públicos marcam o início do novo mandato do prefeito. Antes de terminar janeiro, ele encaminhou, sem diálogo, um projeto de lei que extingue a licença prêmio e o biênio, direitos pertencentes à categoria e que valorizam o seu trabalho. Na imprensa, o referido político usa toda a sorte de argumentos, já conhecidos, contra os servidores públicos e o próprio serviço público.
Siqueira fala em “equiparar o serviço público ao privado”, mas o que isso significa? Que vai melhorar o atendimento ao cidadão? Absolutamente nada garante isso. Vide as privatizações da CEEE e Corsan. Ele ainda argumenta que os direitos que os servidores recebem seriam um “peso”, que o município precisa de “equilíbrio fiscal”. Expressões muito usadas por políticos para atacar o serviço público. Mas o que significa esse “equilíbrio”? Por que o prefeito tem tanta “pena” de usar o recurso, que é público, para melhorar a vida de quem mora na cidade? Os orçamentos públicos existem para servir às necessidades da população. Enquanto os políticos “economizam”, faltam profissionais nas escolas e postos de saúde.
No dia 30 de janeiro, os servidores se reuniram em assembleia e decidiram pela mobilização. Na segunda-feira, 3 de fevereiro, a categoria se reuniu em frente à sede da prefeitura de Bento Gonçalves, exigindo a retirada do projeto da câmara de vereadores. Através da sua força, os trabalhadores e trabalhadoras conseguiram que uma delegação do sindicato reunisse com o vice-prefeito, pois Siqueira tirou férias justamente neste dia. Depois da reunião, as pessoas presentes fizeram uma marcha até a casa legislativa municipal, onde foram recebidos pelo presidente da instituição.
A luta da categoria abriu canais de comunicação que estavam fechados em um primeiro momento. É preciso união e persistência para impedir que os direitos dos trabalhadores sejam atacados, hoje e no futuro.
