Santa Maria (RS): cloroquina e pressão política em ano eleitoral

Em meio ao avanço da pandemia no Rio Grande do Sul as disputas pela direita ganham novo episódio em Santa Maria. O prefeito Jorge Pozzobom, do PSDB, foi pressionado pelo vice-prefeito e parlamentares do PP, com apoio do senador Luis Carlos Heinze também do PP, a usar a verba federal para o combate da Covid-19 na compra de Hidroxicloroquina, Azitromicina e Zinco, e o profilático Ivermectina.

Confira abaixo o documento enviado ao prefeito pelos parlamentares e pelo próprio vice-prefeito do município:

Sergio Cechin e os vereadores Cel. João Vargas, Cida Brizola e Vanderlei Araújo defendem que a verba federal para o combate da pandemia seja investido em tratamentos que até o momento não tem comprovação nenhuma de eficácia.

Sergio Cechin, possível candidato à prefeitura da cidade, reforça a disputa pela direita no campo institucional. Representando a base do governo Bolsonaro, o PP tenta pressionar o governo do PSDB em uma disputa de forças entre uma direita conservadora e a direita liberal/neoliberal.

Nessa disputa quem fica de refém é a população da cidade. A medição deverá ser disponibilizada na rede pública de saúde, sob indicação dos médicos. Assim, mesmo que os médicos não recomendem o tratamento, amplamente controverso, ou que o cidadão recuse tal tratamento, os medicamentos seriam comprados com a verba federal  (por sinal muito bem vinda ao sistema já sobrecarregado da cidade).

Santa Maria chegou a 26 mortes causadas pela doença e aos 1.136 casos confirmados de Covid-19, nessa quarta-feira (dados da secretaria de saúde da cidade).

Em um claro sinal de pressão pelo retorno das atividades econômicas, o trabalhador que contrair o vírus e discordar do tratamento, pode ficar desamparado, uma vez que medicado possivelmente será obrigado a voltar para o emprego e não poderá ficar em isolamento sem demissão.