Por Mk*
Estou no meu terceiro ano como professor contratado na rede municipal de educação de Joinville. É a primeira vez que sou eleito como representante do meu local de trabalho, uma escola localizada no bairro João Costa, na zona Sul de Joinville.
Acredito ser necessário apresentar as demandas econômicas e sociais da nossa categoria, bem como fazer um resumo da realidade social do bairro João Costa: o documento Bairro a Bairro de 2017 aponta que 15% da população da região está na faixa etária correspondente à população escolar, dividida entre duas escolas, sendo a população total de quase 15 mil habitantes. A realidade econômica revela que 37,5% dos moradores vivem com até um salário mínimo, enquanto 55% possuem rendimentos entre um e três salários mínimos; além disso, 2,3% vivem sem rendimento.
É importante lembrar, segundo o jornalista Saavedra, que “Joinville encerrou o ano passado com 24 mil pessoas inscritas no Cadastro Único em situação de extrema pobreza. Foram quase 5 mil pessoas a mais em relação ao final de 2020. Agora, em janeiro, o contingente subiu para 26,6 mil”. Assim, os dados de 2017 possivelmente sofreram alterações, tendo em vista que já se passaram oito anos.
Além do perfil social, a região é área de abrangência territorial do CRAS do Parque Guarani e a informação que tenho é de existir cinco associações de moradores.
Na semana passada, no dia 22 de maio, aconteceu a reunião do Conselho de Representantes por Local de Trabalho, no Sinsej, sindicato dos servidores públicos de Joinville e região. O encontro contou com a presença de mais de 60 pessoas servidoras, um número que há anos não víamos nas atividades da nossa categoria. Eu participei como delegado da nossa escola.
As contas da entidade foram aprovadas. A direção informou que o prefeito Adriano Silva (Novo), junto com a maioria dos vereadores, está aprovando todos os projetos muito rapidamente. Eles entram em pauta nas comissões pela manhã e, muitas vezes, já são debatidos e encaminhados no mesmo dia, à tarde.
O valor gasto com a reforma administrativa é de R$ 80 milhões. Ao mesmo tempo, há ataques aos direitos dos servidores e servidoras municipais e, consequentemente, aos serviços públicos. Você pode acessar informações detalhadas sobre a reforma no site do Sinsej.
Sobre a campanha salarial, ela foi dividida em dois pontos: às questões econômicas e as questões sociais. Entre os 18 pontos que serão debatidos na assembleia, apresento os seguintes:
✅Revisão dos vencimentos pelo INPC, sem parcelamentos, com aplicação na data-base de maio.
✅Reposição salarial de 10%, visando recuperar parte das perdas históricas da categoria.
✅Vale-alimentação:
a)Equiparação do valor ao praticado pela Companhia Águas de Joinville;
b)Universalização do benefício, estendendo-o a todos os níveis e também aos aposentados.
✅Reposição do desconto dos dias de paralisação no ano 2021 e retirada das faltas injustificadas;
✅Reversão das terceirizações já implementadas no serviço público;
✅Plano de carreira por formação para toda a categoria;
✅Aplicação imediata de no mínimo 33,3% de hora-atividade para todos os profissionais do magistério, baseando-se na hora-aula.
Em relação às questões sociais, conversei com professores que estavam na reunião. Percebemos que temos reclamações em comum nos nossos locais de trabalho. Por isso, pedimos:
✅ O fim do atual modelo de conselho de classe e o retorno do conselho de classe com autonomia e poder de decisão;
✅ Regulamentação do gozo ou pagamento do banco de horas;
✅ Não utilização das horas atividade em formações oferecidas pela secretaria;
✅ Garantir auxiliares de educação para atender estudantes com laudo e implementação do Segundo Professor.
No total são 28 pontos das questões sociais. Os detalhes da campanha salarial serão apresentados para toda a categoria na Assembleia Geral, que será nesta quarta-feira, dia 28 de maio, às 19 horas, na sede do Sinsej (Rua Lages, 84, Centro). A assembleia é nosso momento de ler, ouvir, falar, debater e construir.
É muito importante que todos e todas participem da assembleia. Não importa se somos filiados ou não ao sindicato, nem nossa posição política sobre a direção atual. O que está em jogo são as nossas questões econômicas, o nosso dia a dia de trabalho, o estatuto dos servidores e servidoras, e os serviços públicos em geral. Afinal, são R$ 90 milhões do nosso dinheiro sendo gastos com cargos comissionados e chefias diretas. Qualquer questionamento, é só chamar.
Até quarta-feira, 28/05, às 19 horas!
* A coluna Vivo Na Cidade é uma iniciativa do militante Mk, de Joinville/SC, com atuação na luta comunitária e sindical. O objetivo da coluna é relatar aspectos da luta popular na cidade, passando por questões políticas, econômicas e culturais.