Por Repórter Popular – RS
Entre os dias 10 e 13 de outubro, a Retomada Gãh Ré, no Morro Santana, em Porto Alegre, foi palco do 1° Encontro de Cineastas Indígenas. O evento foi promovido por diversas organizações como o Coletivo Catarse/Ponto de Cultura e Saúde Ventre Livre, o cineasta guarani Vhera Xunú, os Pontos de Cultura Africanamente e Quilombo do Sopapo, além de contar com o apoio da Witness Brasil e do Preserve Morro Santana. A iniciativa faz parte do projeto “CORAL Porto Alegre – Escola de Audiovisual Multicultural”.
Participaram cineastas indígenas de diversos povos, como Kaingang, Xokleng e Guarani. Representantes do Projeto Maretórios, de Niterói, também marcaram presença, representando a rede CORAL. As discussões focaram na ancestralidade indígena e no uso do audiovisual como ferramenta de resistência, com os participantes compartilhando suas trajetórias e motivações em uma rica troca de experiências.
No sábado, as mulheres presentes tiveram um espaço dedicado para trocas de vivências, seguido pela apresentação da peça “Na trilha das Andarilhas”, com música e bonecas gigantes na pedreira do Morro Santana. Apesar de problemas técnicos, a mostra de cinema indígena que aconteceria na pedreira foi reorganizada e ocorreu à noite na Retomada Gãh Ré. As exibições incluíram um piloto do documentário sobre os 2 anos da Retomada, produzido pelo Coletivo Catarse (que ainda não foi lançado) e “Aqui Onde Tudo Acaba”, dirigido pelo cineasta Xokleng Juce Filho e por Cláudia Cardenas, que não está disponível na internet. Assista abaixo alguns dos filmes apresentados na mostra.
“A araucária e a gralha azul”, curta-metragem produzido pelos cineastas do Coletivo Beture (povo Kayapó do Sul do Pará) em intercâmbio com a Retomada Kaingang Kóguhn Mág de Canela (Rio Grande do Sul).
“Jejy: juçara Mbya Guarani, a jornada de guardiões da mata atlântica no Sul do Brasil”, do cineasta guarani Vhera Xunu.
“Mulheres Araucárias”, dirigido por Camila Mig Sá, Kassiane Schwinvel e Vanessa Fe Há. Produção do Coletivo Catarse.
O encontro foi encerrado no domingo com um churrasco e uma avaliação das atividades. Os participantes planejaram futuros projetos, como o 2° Encontro de Cineastas Indígenas, festivais itinerantes e a participação no Acampamento Terra Livre 2025. As atividades intensas reforçaram os laços entre os povos, celebrando a diversidade de narrativas, culturas e histórias, fortalecendo a luta indígena através do audiovisual.
Nos dias 18 a 20 de outubro, a Retomada Gãh Ré receberá atividades de comemoração por seus 2 anos de resistência. A programação está disponível abaixo, junto com informações sobre as formas de participação e custeio do evento.