A Câmara de Vereadores de Joinville voltou a analisar o projeto Escola sem Partido. O autor da proposta é Odir Nunes (PSDB). Segundo o vereador, o objetivo é prevenir doutrinação nas salas de aula. A Lei da Mordaça fracassou em 2016, foi arquivada em 2017.
Em 2016, o vereador Odir Nunes tinha abertura ao projeto, mas disse que “não existe doutrinação” nas escolas, não deixando clara sua posição. Em três anos, o parlamentar mudou de ideia. Na época, o projeto foi protocolado pela Pastora Léia (PSD). Os professores podem ter as seguintes restrições: não fazer propaganda politico-partidária, não favorecer ou prejudicar os alunos devido as “convicções políticas, ideológicas, morais ou religiosas. Ou da falta delas.
Foi uma luta coletiva na cidade que barrou o projeto. As entidades Centro de Direitos Humanos Maria da Graça Bráz, Associação de Moradores do Bairro Adhemar Garcia, DCE Ielusc, Ujes, Sinsej, Liberdade Luta, Sinte e outros movimentos sociais se manifestaram contra o projeto na ocasião. A defesa do projeto fracassou.
Na semana passada, uma atividade organizada pela direita joinvilense teve presente a deputada estadual Ana Campagnolo (PSL/SC), conhecida por atacar professores, e do idealizador do projeto nacionalmente, Miguel Nagib. A atividade era para acontecer na Câmara de Vereadores, mas não permitiram que o espaço fosse utilizado. A direita organizou a atividade em um hotel 3 estrelas da cidade.
Os sindicatos dos professores da cidade se mobilizaram contra a possível atividade na Câmara. Estudantes se inscreveram no evento com nomes falsos, para ninguém mais conseguir se inscrever, fazendo poucas pessoas irem no evento do hotel, posteriormente. No Centreventos, dia 11, cerca de 50 pessoas se manifestaram contra o projeto. Durante o protesto, foi aprovada uma moção de repúdio contra a direção da Escola Estadual Celso Ramos, que impede a organização estudantil no local.
Agora, o projeto tem que ser barrado novamente. Nenhum estudante pode ser impedido de conhecer ideologias. Estudantes sabem discernir, não são burros, não são manipuláveis, eles que fazem a roda girar junto à classe trabalhadora. Todo mundo tem direito de acessar o conhecimento que a humanidade criou!