Nesta segunda-feira, o governo Marchezan aplicou mais um duro golpe contra a saúde do povo de Porto Alegre. O prefeito obrigou trabalhadoras e trabalhadores do IMESF a assinar um documento notificando a sua demissão. Cerca de 500 trabalhadores foram notificados, de um total de cerca de 1300. As pessoas incumbidas de fazer a notificação portavam um documento com instruções para que, entre outras coisas, não fosse fornecida uma cópia do documento para o funcionário, que não permitissem a sua saída do recinto sem que assinassem a notificação e não entrassem em detalhes sobre o procedimento.
Dessa mesma maneira truculenta e sem diálogo é que o prefeito vem a mais de um ano lidando com o assunto e fazendo todos os esforços judiciais para acabar com o IMESF. Instituição essa que desempenha papel central na Estratégia de Saúde da Família, um dos pilares do SUS. Sob a afirmação de que a existência da instituição contrariava a lei, a prefeitura aproveitou para terceirizar o serviço, colocando em pior remuneração e condições de trabalho (com acúmulo de funções) pessoas que realizaram concurso, com anos de serviço e experiência nos territórios onde estão.
Tudo isso em meio a uma pandemia em rumos de descontrole, onde algumas capitais já apresentam sobrecarga e longas filas para internação.
Como se não bastasse a vergonha que esse movimento da prefeitura representa para a cidade, a prefeitura ainda lançou nota nas mídias onde afirma mentirosamente que não haverá prejuízo para o serviço prestado para a população, que a gestão se preocupa com a saúde e que os trabalhadores e as trabalhadoras que não assinaram a sua própria rescisão de contrato foram “enganados por sindicatos”.
É bom lembrar que, através de vários constrangimentos, o prefeito já vinha tentando forçar o funcionalismo a se demitir e assumir cargos precarizados abertos pelas instituições terceirizadas que assumiram o serviço, ou mesmo forçar os funcionários a prestarem concurso para a vaga que já ocupavam através de concurso. Além disso, a precarização do trabalho dos funcionários sempre afeta a qualidade do serviço: não há como trabalhar sob condições péssimas e oferecer um serviço ótimo. Também lembramos que ontem mesmo moradores da Vila das Laranjeiras protestavam contra o fechamento de quatro postos de saúde que está sendo protagonizado pela prefeitura. Assim fica evidente, mais uma vez, que o prefeito mente quando diz defender a saúde do povo de Porto Alegre, e confirma novamente que governa contra a população.
Absurdo estes procedimento governamental estão brincando com o povo até parece fim do mundo deixando os trabalhadores sem opção…