Em greve desde o dia 04/02 contra a Reforma da Previdência municipal, que institui o regime de Previdência complementar, o Sampaprev, e aumenta o valor de contribuição dos servidores de 11% para 14%, os servidores do município de São Paulo tiveram parte de seus salários cortados para o mês de março. Essa ação demonstra o total desrespeito e autoritarismo do prefeito Bruno Covas ao direito à greve, constrangendo servidores a prejudicar outros servidores em luta pela garantia da aposentadoria e contra o que é considerado um confisco salarial.
A intransigência de Covas para com as demandas dos servidores municipais também se manifestou durante a rodada de conversas com as entidades representativas das categorias em greve, realizada nas manhãs dos dias 21/02 e 22/02. A prefeitura não se dispôs a discutir o Sampaprev de imediato, propondo, ainda, que os servidores em greve recebessem faltas justificadas em vez das injustificadas atualmente impostas pela gestão municipal, o que reforça um flagrante desrespeito ao direito à greve. Além disso, foi proposta a instituição de uma política de “meritocracia” semelhante à da rede estadual, precarizada pelos governos tucanos há décadas e que não constitui, na prática, uma política real de valorização dos servidores.
Na última assembleia realizada no dia 22/02, com a presença de cerca de 100 mil pessoas, de acordo com o Sindicato dos Profissionais em Educação do Município de São Paulo (Sinpeem), os servidores decidiram pela continuidade da greve e aprovaram a criação de um fundo de greve para garantir a permanência da força do movimento. Porém, frente às manobras já ocorridas, com mudanças de trajetos dos atos aprovados pelas categorias, e a falta de empenho das diretorias dos sindicatos que coordenam o movimento, a dúvida sobre o funcionamento do fundo recai sobre os trabalhadores.
A próxima assembleia ocorrerá na terça-feira 26/02, às 15hrs em frente à Prefeitura. Contra o Sampaprev e contra a chantagem!