O preço da cesta básica de alimentos tem disparado nos últimos doze meses. Na maioria das capitais, o valor subiu mais de 20%, segundo o Dieese. Fazer a compra no supermercado está cada vez mais difícil. Mas por que os alimentos ficaram tão caros?
O preço dos alimentos sobe por causa de alguns fatores naturais, e outros, mais importantes, provocados por políticas de governo.
Uma explicação são as safras dos produtos da agricultura, como arroz, feijão, tomate, milho etc. Alterações no clima, como muito calor e muitas chuvas, podem prejudicar a plantação e a colheita, e quando a safra é menor que a prevista, os alimentos ficam mais caros.
Política do governo
Outra questão, mais grave, é a política de governo atual, que favorece os grandes produtores do agronegócio, que vendem para fora parte da produção de milho, soja e carne, por exemplo. Como as vendas são em dólar, e o real se desvalorizou nos últimos meses, mais alimentos são vendidos para outros países, e assim ficam tão caros também no Brasil.
Um exemplo é a soja, vendida para outros países para ser usada como ração animal. O Brasil vem batendo recordes de produção. Grande parte da soja é exportada, e outra parte fica aqui. Conforme o dólar sobe, o preço aumenta, e assim impacta no valor do óleo de soja, e até no preço da carne. Aí o povo precisa buscar alternativas, como carne de segunda, frango, ovos, que por conta dessa procura, também acabam aumentando de preço.
Outro motivo relacionado à política é que nos últimos anos o governo federal fechou mais de vinte armazéns públicos de alimentos da Conab, a Companhia Nacional de Abastecimento. Esses armazéns guardavam alimentos como arroz e feijão, o que ajudava a equilibrar os preços. Quando o valor ficava alto, a Conab vendia os alimentos armazenados, a valores mais baixos. Hoje, sem esse abastecimento, os preços saem de controle mais facilmente.
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
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