MAIS QUE UM JOGO | Pelo direito de ir, vir e lutar

Pegar o trem para ir trabalhar ou aos jogos no Beira-Rio é rotina na vida de milhares de pessoas. Este serviço é público e os metroviários e metroviárias que fazem o trem funcionar todos os dias são servidores públicos federais, além dos trabalhadores e trabalhadoras terceirizadas que ajudam a rodar esta engrenagem.

Há uma luta interna que aqueles trabalhadores e trabalhadoras enfrentam e peitam, que muitas vezes a gente não percebe, tanto contra o último aumento absurdo das tarifas efetuado pelo governo do golpista Temer, quanto pela luta por um transporte de qualidade e melhores condições de trabalho. Isso inclui a luta constante contra a as ameaças de privatização do trem, que primeiro precariza o serviço para depois argumentar que somente uma empresa privada poderia resolver os problemas enfrentados. Esta é uma prática recorrente dos governos que tem como principal política a venda de tudo que é público. É o mesmo com a energia, com a mineração e com o longo processo de precarização da educação pública que estamos acompanhando.

Foi por conta dessas lutas e pela defesa do direito de todos os trabalhadores e todas as trabalhadoras de se aposentar, assim como eu e você, que os metroviários e as metroviárias aderiram ao dia nacional de Greve Geral no último dia 14 de junho.

A greve foi construída dentro de toda legalidade exigida. Fazer greve é um direito e deve ser respeitado. A direção do Trensurb que é escolhida pelo governo federal (do Bolsonaro) coagiu trabalhadores a furarem a greve e iniciarem as manobras dos trens mais cedo do que o normal, colocando trens vazios pra se locomover numa tentativa explicita de impedir que os metroviários exercessem seu direito à greve.

Não bastasse isso, agora a direção do Trensurb manda demitir seis funcionários sem ao menos ter em mãos uma denúncia formal. É evidente que a intenção é perseguir aqueles e aquelas que ousaram lutar e se mobilizar na defesa de direitos que são de todos nós.

Na posição de uma frente antifascista, estivemos e estamos lado a lado na luta com os metroviários e metroviárias, comparecemos ao dia de greve geral e nos mobilizamos contra os ataques que nossa classe está sofrendo, afinal somos torcedores(as), trabalhadores(as), estudantes e também queremos nos aposentar, pegar trem, torcer, trabalhar, estudar. Não podemos admitir essa perseguição a categoria dos metroviários(as). Manifestamos total repúdio à perseguição e demissão dos seis funcionários, assim como nos colocamos à disposição para estar ombro a ombro no que for preciso para reverter essa situação. Somos todas e todos usuários do trem, em várias medidas, e temos o dever de estar lado a lado com quem faz funcionar todos os dias esse importante serviço de transporte.

Frente Inter Antifascista