Foto: ato do 1º de Maio em Belém do Pará
Por Repórter Popular
O 1º de Maio é um dia de luta e de luto da classe trabalhadora de todo o mundo. Em 1886, os mártires de Chicago, identificados com a ideologia anarquista, foram condenados à morte ao lutarem por 8 horas de trabalho, 8 horas de lazer e 8 horas de descanso. A chama da revolta e organização do sindicalismo espalhou-se pelo mundo, tornando a data uma luta internacional. Em 2025, a nossa luta continua contra a escala de 6×1, que esmaga as nossas vidas enquanto governos e patrões continuam com as suas vidas luxos e prazeres.
Veja abaixo um panorama da luta da classe trabalhadora no 1º de maio pelo Brasil:
Pará
Belém (PA) foi para as ruas com bandeiras de luta das nossas classes, com as memórias fortes do maio, nosso maio. Uma data para lutar contra a exploração capitalista. A companheirada mobilizou-se a partir do CCLA (Centro de Cultural Libertária da Amazônia), com a programação de almoço coletivo, cine-debate, espaço para poesia, microfone aberto e manifestação de rua. As ruas da capital paraense foram palco de luta popular.
Rio Grande do Sul
Porto Alegre (RS) foi palco de uma manifestação contra a exploração dos trabalhadores do Grupo Zaffari, conhecido por impor uma escala de trabalho exaustiva de 10×1 e abusos trabalhistas. O ato foi organizado por diferentes sindicatos, organizações políticas e movimentos sociais.
A marcha começou às 8h, com os manifestantes indo até duas lojas do Zaffari para denunciar as condições de trabalho. Uma ação judicial tentou interromper a ação, mas os protestos seguiram. A pauta do dia incluiu a redução da jornada de trabalho e o fim da escala 6×1, movimento que ganhou força desde o ano passado. Uma parcela de trabalhadores do Grupo Zaffari entrou em greve e criticaram o sindicato dos comerciários, acusado de conivência com a empresa.
Santa Catarina
Em Joinville (SC), as manifestações das trabalhadoras e trabalhadores aconteceram em diferentes locais, organizados por diferentes entidades.
A Biblioteca Comunitária Lutador Dito e o Cursinho Popular, ambos da AMORABI, somaram forças no XI do Sarau 1º de Maio, do CABN/CAB (Coletivo Anarquista Bandeira Negra/Coordenação Anarquista Brasileira). O tema da atividade foi “Ontem e hoje: reduzir a jornada de trabalho com luta e organização” e envolveu apresentações artísticas e políticas sobre a exploração do trabalho sob o domínio dos governos e dos patrões. A atividade mobilizou a companheirada que durante o ano está na luta conjunta nos movimentos sociais, ombro a ombro, em solidariedade.
Alagoas
Em Maceió (AL), houve ato na Praia de Pajuçara com trabalhadores do campo, da cidade e diversas organizações, centrais sindicais e coletivos.
Os compas da FARPA (Federação Anarquista dos Palmares), que integra a CAB, marcaram presença na manifestação do 1º de Maio, e também no Rolê Punk, no PooFuzz PUB, que contou com a apresentação de bandas e feira voltada à produção independente, na qual expuseram e venderam livros, cartilhas, adesivos e outros materiais relacionados ao anarquismo e o socialismo libertário.